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sábado, maio 17, 2025

Entre a nudez européia e a violência brasileira: o direito de viver — e de debater — sem hipocrisia

Entre o desejo e o medo, o debate que a patrulha moral tenta silenciar: prudência não é submissão — é sobrevivência

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Patrulhamento que abunda? Aqui não! A repercussão do post sobre o projeto de lei do vereador Franklin Schmalz revelou algo tão preocupante quanto os próprios temas que tentamos abordar: o avanço dessa patrulha moral travestida de progressismo fácil.

Não faltaram vozes — quase sempre as mesmas que se silenciam diante das estatísticas brutais de feminicídios, estupros e abusos diários — para acusar o ContrapontoMS de sexismo. “Na Alemanha se toma sol pelada”, bradou uma patrulhadora, como se as cicatrizes brasileiras tivessem cura no receituário europeu. “O corpo é meu e eu uso o que quiser”, repetem, sem perceber que nosso debate nunca foi sobre o direito de vestir ou despir, mas sobre o direito maior e mais urgente: o de voltar para casa viva.

Aqui, a regra do jogo é outra. Nas sombras das ruas ermas, a realidade não perdoa devaneios ideológicos. Não importa se é minissaia, calça larga ou burca: o predador não pergunta. Ele age. E a estatística que cresce a cada boletim policial é menos sobre liberdade estética e mais sobre o terror cotidiano que milhares de mulheres enfrentam — e que a sociedade insiste em empurrar para baixo do tapete.

O que dissemos, com todas as letras, é que prudência e liberdade não são inimigas. O apelo à reflexão sobre a escolha de vestimentas em ambientes sabidamente perigosos não é uma tentativa de controlar corpos. É, sim, um chamado à responsabilidade compartilhada. O agressor é o único culpado? É claro. Mas quem ama — pais, amigos, colegas e até a própria vítima em potencial — não tem o direito (ou dever) de alertar sobre riscos reais?

“É claro, na Alemanha se toma sol pelada. Na Dinamarca também. Na Suécia nem se fala. Mas lá o histórico de violência sexual e desigualdade não é o mesmo, tampouco o peso da cultura do estupro. Importar modismos liberais e transplantá-los para realidades desiguais é tão irresponsável quanto perigoso.

Enquanto na Europa os corpos bronzeiam ao sol sem medo, no Brasil eles jazem nas páginas policiais — vítimas de uma brutalidade que ainda nos define mais do que as utopias de Instagram.

Seria lindo viver em um mundo onde o simples “não” bastasse para conter a violência. Mas até lá, enquanto este dia não chega, o ContrapontoMS se recusa a fingir que a fantasia venceu o medo. E continuará defendendo o direito de debater sem ser linchado pela patrulha do pensamento único.

Porque liberdade sem debate é só mais um dogma. E aqui — no site, na redação e nas ideias — preferimos o risco de pensar ao conforto de obedecer.

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