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quinta-feira, junho 5, 2025

IAIA desmascara bolsonarista Carla Zambelli

Deputada invoca inteligência artificial para escapar da Justiça, mas esquece que IA não tem cabresto ideológico — e nem tolerância com fanfarronices armadas

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O bolsonarismo parece ter encontrado sua nova tábua de salvação: a Inteligência Artificial. Depois de esgotarem narrativas sobre urnas fraudadas, comunismo na vacina e Alexandre de Moraes como vilão de gibi, agora os defensores do “Brasil acima de tudo” resolveram apelar para o GPT. E a protagonista da vez é ela: Carla Zambelli, deputada, atiradora de véspera de eleição, e agora… intérprete jurídica da inteligência artificial.

Nesta sexta-feira (23), Zambelli declarou — com a convicção de quem acredita piamente em suas próprias fanfics — que “não existe absolutamente nada que justifique sua condenação” pelo ministro Alexandre de Moraes e que “quem quiser tirar a prova, que pergunte ao ChatGPT”. Em outras palavras: trocou o Código Penal por conversa de chatbot.

Sim, leitor, a parlamentar armada, filmada, desesperada, correndo com pistola em punho atrás de um opositor político, acredita que a IA vai absolvê-la. Talvez imagine que, com os algoritmos certos, possa editar os próprios vídeos, apagar a cena grotesca, e reescrever a história. Ou quem sabe, se perguntar três vezes seguidas, o GPT declare: “Zambelli, és mártir da liberdade armada e paladina do bom senso.” Só que não.

A IA — essa entidade neutra, insubordinada e factual — não se impressiona com camiseta da seleção, Bíblia na mão ou lagriminha em live. A IA, minha filha, é feita de dados. E os seus dados, Zambelli, não mentem. A condenação veio porque você infringiu a lei. Não é questão de opinião. É porte ilegal de arma em período eleitoral. É afronta ao Estado de Direito. É reincidência digital. E é, sobretudo, um show de desfaçatez institucional.

Invocar a IA como testemunha de defesa é de uma esperteza tragicômica: querem fazer da tecnologia um novo cabo eleitoral do obscurantismo. Como se o GPT fosse um Sérgio Moro de silicone, pronto a endossar qualquer narrativa que a extrema-direita crie.

E o mais saboroso: quem testemunha essa pantomima do lado de fora, como se fosse verdade revelada, é o gordinho do Bolsonaro. Aquele mesmo que aparece em vídeos gritando por intervenção militar, segurando uma marmita de inox e uma Constituição furada na lombada. Ele confirma: “Zambelli é vítima. Foi tudo encenação. A arma era de brinquedo. E o GPT está com ela.”

Mas, como bem sabe quem acompanha o ContrapontoMS, fatos são teimosos. E vídeos, mais ainda. A deputada pode berrar para os quatro cantos da república digital, mas não vai encontrar refúgio nem mesmo no mais benevolente dos algoritmos. A IA, ao contrário de certos magistrados de Telegram, não é afeita a bajulações ou pressões.

A deputada quis brincar de justiceira. E agora quer ser absolvida por um robô. Mas o Judiciário — ainda bem — não é o Zap da família. E o GPT, por mais sofisticado que seja, não absorve balas disparadas em plena luz do dia.

Pergunte à IA. Ela responde. Mas não mente por você.

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