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sexta-feira, julho 11, 2025

Desejo abissal

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Teu rastro sobre meu passo
Cobre assim morosamente
Frio só lá fora
No peito, estrelas cadentes
Queimando reativamente
O mundo ? Deixa de existir
E orbitamos
No universo de intensidades
Floresce um sentimento
Rubro de incandescentes
insanidades celestiais
A nódoa do tempo marca
o presente, e tudo se esvai
Se perde , perde o que ?
O dia a dia angustiante
A rotina sufocante
A vontade intermitente
De gritar , um grito frio,
Abissal de torpor e medo
Perderia a procura das raízes ?
Não, porque o adubo
da vida é seu sorriso
Que miro e não alcanço.
Essa risada morna corre
Como sangue em minhas veias;
As borboletas me distraem
Com seus voos de esperança.
O bafo morno da tarde me envolve
Assim comovido e encarnado,
E sei que se me perco de mim
É pra me encontrar nos contornos
Da sua boca de mel, e ser mel,
E me lambuzar melosamente
E gozoso gozar
seu gozo insurgente
De carne e desesperança,
Num doce lamento,
E mais nada…

Gicelma Chacarosqui – Pós-doc pelo ECCO, UFMT, Doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP; Mestrado em Estudos Literários e graduação em Letras Português Literatura Brasileira pela UFMS . É professora Titular da UFGD.

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