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sábado, julho 19, 2025

Gênova dos luxuosos palácios

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Vista do céu, a terra parece um tapete de cores, entre o verde da floresta e o amarelo das plantações de trigo, prontas para a colheita neste verão europeu. A visibilidade é boa, com poucas nuvens.

Gênova nos acolhe com sol, calor e seu belo patrimônio. Foi um porto importante no passado – e ainda é. Claro, menos que os asiáticos, os primeiros no mundo, e menos relevante que alguns portos europeus com grande saída para o mar, como, por exemplo, Roterdã. Em 2024, era considerado o 11º mais movimentado da Europa.

Passear pelo centro da cidade, com suas ruas estreitas, é como fugir dos raios de sol, que quase não encontram espaço para penetrar. Há história por todos os lados. São mais de 2.500 anos, mas o que se vê tem mais a cara da Idade Média e, sobretudo, do Renascimento.

Os santos estão em muitos cantos da cidade – nos cantos dos prédios, nas igrejas e nas telas dos museus. Lojas pequenas ainda são relojoarias, ourivesarias e até chapelarias. Sim, sobretudo chapéus que protegem do sol. E os restaurantes oferecem pizzas e massas com o famoso molho pesto tradicional da região – chamada Ligúria –, feito com manjericão, pinoli, alho, parmesão, pecorino e azeite.

A cidade viveu, nos séculos XVI e XVII, um período de grande prosperidade econômica, graças ao seu papel central no comércio marítimo e à influência dos banqueiros genoveses na Europa. Sobretudo na rua Garibaldi – sim, o mesmo que esteve no Brasil e voltou à sua terra com a nossa brasileira Anita. Trata-se de uma rua planejada, do século XVI, onde palácios luxuosos, no estilo renascentista e maneirista, muitos deles patrimônios da UNESCO, exibem suas ricas belezas. O que não se vê neles são traços dos trabalhadores.

Os sinos tocam muitas vezes durante o dia. Gênova ainda seria uma cidade católica? Informações de 2023 indicam que 84% de sua população, de cerca de 750 000 habitantes, se declara católica – embora a tendência seja de queda.

Além do casal Garibaldi, outra figura de Gênova ligada às Américas é Cristóvão Colombo, cuja casa está disponível para visitação. Data da Idade Média, é muito pequena, mas visitável. Uma casa típica de uma família sem muita riqueza.

Outra coisa que chama a atenção é a geografia da cidade, cheia de altos e baixos, que exige pernas firmes para as caminhadas.

Mazé Torquato Chotil – Jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP antes de chegar em Paris em 1985. Agora vive entre Paris, São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Tem 14 livros publicados (cinco em francês). Fazem parte deles: Na sombra do ipê e No Crepúsculo da vida (Patuá); Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso; Lembranças da vila; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terenas; Maria d’Apparecida negroluminosa voz; e Na rota de traficantes de obras de arte.
Em Paris, trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e é fundadora da UEELP – União Européia de escritores de língua Portuguesa. Escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus.

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