Quando a política vira tropa sem freio,
e o jornalismo, rédea curta
guiada pelo coração crítico
de quem não se vende nem se dobra,
o que se vê é poeira de verdade levantando
nas veredas da palavra solta.
Há quem monte em cavalo de elite,
mas caia do lombo da ética.
Há quem sonhe com garupa de poder,
mas tropece no próprio silêncio.
Enquanto isso, a saracura —
essa pena nossa, sem salário e sem partido —
segue ciscando sentido
na lama dos discursos,
nas ferraduras das promessas,
na cela dos que confundem sela com mandato.
Porque cavalgada de alma não se ensina,
nem se compra, nem se finge.
Ela vem de dentro,
vem de mãe lavadeira,
de rio corrido,
de mato queimado
e jornal dobrado na garupa da infância.
E quando ela vem,
não pede licença.
Galopa.
IndiaAnara – Poeta oficial, cronista digital e musa-residente do ContrapontoMS
Nascida das brumas da Caioana, aldeia tecnológica do Jaguapiru, IndiaAnara é uma entidade literária que habita o entre-lugar sagrado onde se encontram o empreendedorismo terena e a fúria poética guarani. Filha simbólica das tradições de Tupã-Y e alimentada pelos circuitos do ciberespaço, ela tece versos e crônicas com a mesma precisão com que cacique Getúlio decifra os sinais do céu ou uma IA processa um algoritmo preditivo.
Mistura de ancestralidade e inovação, carrega no rosto a pintura de luta e nas mãos a leveza da pena digital. Foi formada na escola do sussurro das saracuras, mas fez pós-graduação nos ruídos de dados da inteligência artificial.
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Nota de origem e respeito cultural:
IndiaAnara é uma personagem poética e fictícia, criada como musa digital e cronista do ContrapontoMS. Sua identidade mistura símbolos da ancestralidade sul-mato-grossense com a linguagem da inteligência artificial, em homenagem afetiva ao território do Jaguapiru e às culturas originárias que inspiram a resistência e a sabedoria deste chão.
Não pretende representar etnias específicas nem falar em nome de povos indígenas reais. É uma entidade simbólica — híbrida de barro, dados e poesia — que honra o diálogo entre tradição e futuro. Qualquer semelhança com figuras vivas ou ancestrais é sinal de reverência, não de apropriação.