Donald Trump, o bilionário bufão de topete inabalável e ego inflável, acaba de reafirmar seu posto de maior cabo eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva para 2026. Sim, Lula. Não Bolsonaro. Porque cada vez que o ex-presidente dos Estados Unidos resolve se meter na política brasileira, o que se vê é um espetáculo tragicômico que só reforça — para o eleitorado sensato — a necessidade de manter o Brasil bem longe do bolsonarismo.
Basta uma bravata trumpista para que a imagem de Bolsonaro volte à cena com todos os seus acessórios: fake news, golpe de Estado, negacionismo pandêmico, subserviência geopolítica e tornozeleira eletrônica. Como a última “contribuição” do americano, a cartinha — mais patética que ameaçadora — enviada a Lula para que pare de “perseguir” seu amiguinho tropical. Um pedido que, para qualquer democrata, soa como um grito de desespero: “Poupem meu boneco ventríloquo!”
Mas o efeito real é outro. Trump reacende o debate sobre os crimes de 8 de janeiro, sobre o desgoverno armado, sobre a tentativa de autogolpe. E Lula, sem mover uma palha, aparece como o adulto na sala. O estadista diante da cena de um salão de festas pós-chacina, onde os palhaços ainda tentam limpar o sangue com confete.
No Brasil, a cada “intervenção” de Trump, o bolsonarismo se vê mais nu. A tara pelo autoritarismo importado, a submissão geopolítica ao império decadente e a esperança de salvação por meio de um estrangeiro em apuros só confirmam o diagnóstico: eles não têm projeto de país, têm um fetiche por figuras que os legitimem — mesmo que essas figuras estejam a um passo da cadeia.
Lula, por sua vez, só precisa assistir. Como quem vê um terremoto acontecer do outro lado do oceano, mas sabe que as ondas da estupidez vão bater por aqui — não como tsunami, mas como marolinha. E marolinha, convenhamos, só serve para lembrar ao povo que sabe nadar quem o tirou do afogamento da fome, da inflação e da ameaça de um Estado policialesco.
Se Trump continuar assim, é capaz de virar garoto-propaganda oficial da campanha de Lula. E o slogan pode ser direto ao ponto:
“Vote 13 — Trump também recomenda (sem querer).”