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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Será que o Apocalipse vai começar por aqui?

Tropas ianques treinando guerra no coração do Pantanal em pleno tarifaço: coincidência, recado ou prelúdio do Apocalipse?

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Campo Grande, terça-feira à noite. Enquanto boa parte do Brasil se distraía com o tarifaço de Trump e o agro bolsonarista ensaiava mais um chilique, 150 soldados americanos pousavam discretamente na Base Aérea, bem ali na Duque de Caxias. Aviões reluzentes cortando o céu do cerrado, botas ianques no asfalto pantaneiro e, do lado de fora, a cidade comendo espetinho e jurando que “isso é só treinamento”. Coincidência? Ou recado em código Morse para quem souber ouvir?

Oficialmente, a explicação é técnica e burocrática: Exercício Conjunto Tápio — manobras anuais de cooperação entre a Força Aérea Brasileira e forças estrangeiras. Na prática, o menu é de filme bélico: missões de apoio aéreo aproximado (CAS), busca e salvamento em combate (CSAR), infiltração aérea, lançamento de paraquedistas, evacuação aeromédica e reconhecimento aéreo. Tudo com aquele verniz de rotina. Tudo muito bonito no release oficial.

Mas aí vem o detalhe incômodo: o timing. Em pleno caos diplomático, com tarifaço de carne e grãos, e com o agro sul-mato-grossense urrando contra Lula e babando por Trump, o Pantanal vira palco para tropas americanas treinarem “operações de guerra”. E não qualquer guerra: simulação de combate, resgate sob fogo inimigo, evacuação aeromédica — o tipo de treino que combina mais com cenário de conflito real do que com desfile de 7 de Setembro.

Campo Grande, essa cidade que sempre se vendeu como “tranquila” e “provinciana”, de repente está no centro de uma coreografia geopolítica que mistura fronteira, narcotráfico, Pantanal, soja e política externa. Uma base aérea estratégica, a duas horas da Bolívia e do Paraguai, recebe tropas do país que já virou meio íntimo do cerrado — e ninguém estranha.

Coincidência? Pode ser. Mas a história ensina que quando os EUA aparecem dizendo “é só exercício”, convém checar se o mapa-múndi não ganhou um novo ponto de interesse. E, convenhamos, Pantanal sempre foi jóia cobiçada — não só pela fauna e flora, mas por sua localização.

Enquanto isso, na política doméstica, o agro bolsonarista grita contra o tarifaço, mas suspira de orgulho vendo tropa ianque no quintal. É o dilema da soberania seletiva: “abaixo o comunismo” num dia, “bem-vindos, marines” no outro. E a população, que já tem mais medo do preço da picanha do que de caças supersônicos, assiste a tudo como se fosse trailer de streaming: “Pantanal – A Última Temporada”.

Trump, dizem as más línguas, já cogita nomear Bolsonaro para comandar um eventual ataque. Motivo? Ninguém conhece melhor o território: o capitão reformado serviu em Nioaque nos anos 1970, a poucos quilômetros de Campo Grande e das joias ecológicas de Bonito, Bodoquena e, claro, do próprio Pantanal. Ironia suprema: o homem que se perdeu no mapa do Planalto pode acabar sendo o guia turístico-militar do império ianque no coração do Brasil.

No fim, pode ser só rotina. Pode ser só coincidência. Pode ser só treinamento.
Mas e se não for?

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