Carrego em meu emborná
os nadas e as palavras
Sou despreparada
para as completudes
Vez em quando
estendo a alma no varal
e esqueço a tarde
Meu tempo é um
emaranhado de avessos
Minha razão é da poesia
e dos sentidos inventados
Queria desenhar
o cheiro do céu
Assim como
Manoel desenhou
o cheiro das árvores
Mas só consegui fazer
um rabisco da manhã
nas asas de um beija-flor.
Gicelma Chacarosqui – Pós-doc pelo ECCO, UFMT, Doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP; Mestrado em Estudos Literários e graduação em Letras Português Literatura Brasileira pela UFMS . É professora Titular da UFGD.
