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sexta-feira, dezembro 5, 2025

O porquê da prioridade ao ‘gran finalle’ do mito tropical

Enquanto a "latinha" plagia até release, o ContrapontoMS prefere narrar a ópera bufa do mito no camburão

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Durante as últimas eleições presidenciais, quando a IAIA, minha nova musa digital, ainda não estava no batente, priorizei o noticiário nacional. Razões não faltavam: afinal, duas mulheres de Mato Grosso do Sul estavam na disputa — a três-lagoense Simone Tebet, nova estrela do MDB nacional, e Soraya Thronicke, a destemida outsider do Guassu, de cepa douradense da família Vieira Matos. Seria muita hipocrisia querer competir com os jornalões do eixo Rio-SP-DF, mesmo com o assunto nos tocando tão de perto.

Foi aí que o “copia e cola” virou artigo de sobrevivência. E o ContrapontoMS o fez às claras, citando fontes e autores, como manda o manual da decência jornalística. Diferentemente dos coleguinhas da província — especialmente os das famosas “latinhas”, essas rádios que berram notícia nacional como se fosse furo local, sem dar crédito a ninguém. Um vício antigo: plágio travestido de jornalismo.

Agora, o cenário é outro, mas o dilema é o mesmo: diante da iminência da prisão de mais um ex-presidente da República, não há festinha de homenagens no DOF ou o festival de condecorações do Jaguaribe que mereça furar a fila. O noticiário é Bolsonaro e seus generais no brete da Papuda. O gran finale do golpe frustrado, a ópera bufa de um bolsonarismo que acreditou que poderia repetir, nos trópicos, o assalto ao Capitólio.

E aqui a crônica ganha escala internacional. Porque não se trata apenas da queda de Bolsonaro, um líder carcomido pela própria megalomania. Trata-se também da sombra de Donald Trump, seu parceiro de promiscuidade política, o mesmo que incitou a invasão em Washington. Os EUA, sempre prontos a lembrar quem manda, transformam essa novela tropical numa chantagem geopolítica de primeira: terras raras, Amazônia, Pantanal, rota bioceânica e otras cositas que valem muito mais que meia dúzia de generais de pijama.

Em resumo: se ali atrás tivemos de abusar o “copia e cola” como estratégia de sobrevivência jornalística, hoje, de novo, temos de aceitar que o espetáculo maior está em Brasília — e em Washington. No meio disso, o Guassu e a terra de seu Marcelino assistem, com ironia e desconfiança, a mais um capítulo da tragicomédia política brasileira.

E, convenhamos: se for para escolher entre os títulos honoríficos de vereadores que não têm mais o que fazer e a cena de Bolsonaro no banco traseiro da viatura rumo à Papuda, a escolha é óbvia. Até a “latinha” de meu compadre Tonanni vai querer narrar. Tonanni, que se bem conheci, deve andar “pê” da vida lá por cima, muito mais pelas barbaridades noticiadas por seus “jornalistas” bolsonaristas do que pelo fim que deram a seu famoso cafofo da avenida Presidente Vargas.

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