Autoridades brasileiras e paraguaias estiveram nesta quinta-feira (2) em Porto Murtinho e Carmelo Peralta para acompanhar o andamento das obras da ponte binacional da Rota Bioceânica e de seus acessos. O governador Eduardo Riedel, o presidente do Paraguai Santiago Peña e a ministra do Planejamento e Orçamento Simone Tebet ressaltaram o caráter estratégico do empreendimento para a integração sul-americana e a abertura de novos mercados.
Com 80% das obras concluídas, a ponte vai ligar o Mato Grosso do Sul ao Paraguai, encurtando distâncias até os portos chilenos no Pacífico. A estimativa é de que exportações brasileiras com destino à Ásia possam ser aceleradas em até 23% no tempo de viagem — uma redução entre 12 e 17 dias no transporte marítimo.
O peso político das declarações
“Este sonho está avançando e está próximo de se tornar realidade. Brasileiros e paraguaios vão estar ainda mais juntos com essa obra emblemática”, afirmou o presidente Santiago Peña, destacando que o projeto representa uma virada na integração regional.
Para a ministra Simone Tebet, a ponte simboliza um marco histórico de unidade: “O sonho já se tornou realidade. Somos um povo sul-americano. Isso significa que Brasil e Paraguai vão estar mais unidos do que nunca. Vocês serão parceiros do desenvolvimento porque nós queremos desenvolvimento social para os povos sul-americanos.”
O governador Eduardo Riedel reforçou a importância econômica do empreendimento: “Este é um momento histórico. A ponte binacional vai encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras, principalmente oriundas do Sudeste e do Centro-Oeste, para a Ásia. É emocionante ver essa integração, com negócios e cultura.”
Investimentos e impactos
Executada por consórcio binacional, com recursos da administração paraguaia da Itaipu, a ponte tem investimento estimado em R$ 575,5 milhões (US$ 93 milhões) e deve ser entregue no primeiro semestre de 2026. No canteiro de obras, mais de 400 trabalhadores atuam diariamente.
No lado paraguaio, já foi lançado o acesso de 3,8 km até a Rota Bioceânica (PY15), com investimento de US$ 15 milhões. No Brasil, seguem em andamento a construção da ligação de 13,1 km entre a BR-267 e a ponte, o contorno rodoviário em Porto Murtinho e o Centro Aduaneiro, que receberão recursos federais de R$ 472 milhões.
O Governo de Mato Grosso do Sul também soma R$ 80 milhões em obras de infraestrutura, saúde e educação em Porto Murtinho, além de incentivos para a reativação da hidrovia do rio Paraguai, atraindo operadores e empreendimentos portuários.
Reflexos locais e regionais
Para o prefeito Nelson Cintra, a ponte já impacta diretamente a população: “Estamos falando de empregos, renda e novas oportunidades para Porto Murtinho e toda a região.”
A visita contou ainda com a presença do vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha), da ministra paraguaia de Obras Públicas e Comunicações Claudia Centurión, dos secretários estaduais Eduardo Rocha (Casa Civil) e Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica), além de lideranças locais e parlamentares.