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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Alternativas ao Senado: o fim da monarquia política em Mato Grosso do Sul

Com o tabuleiro redesenhado, nomes como Simone Tebet, Rose Modesto e Gerson Claro mostram que o Senado por Mato Grosso do Sul já não é feudo de um só — é palco de novas ambições, velhas manobras e alguma esperança de republicana

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Depois da soberba como vício de origem é hora de virar a página — e olhar para o futuro do tabuleiro político sul-mato-grossense sem a lente única do “rei” Azambuja. Porque, apesar de seu nome seguir sendo lembrado como certo, mais que isso, como imbatível, para a disputa ao Senado, a paisagem política de Mato Grosso do Sul é muito mais ampla, diversa e desafiadora do que o palanque do ex-governador sugere.

Há vozes que pedem renovação, representação regional — como a lengalenga da necessidade de um Senador de Dourados — mais direta e perfis menos atrelados ao establishment. Nesse contexto, nomes como Simone Tebet, Rose Modesto e Gerson Claro começam a ocupar espaço nas conversas de bastidor e nas projeções partidárias. Simone, terceira colocada na eleição presidencial de 2022, é vista hoje como um ativo político de alcance nacional. Cogitada pelo presidente Lula como candidata do campo governista — seja ao Senado ou ao governo —, seu nome aparece não apenas no radar de Mato Grosso do Sul, mas também como possibilidade para disputar uma vaga ao Senado por São Paulo. Ela própria já tratou de negar a troca de domicílio eleitoral, reafirmando que, se disputar o Senado, será por seu Estado de origem. O fato é que sua presença, mesmo especulativa, muda o tom da conversa: recoloca o debate em outro patamar e mostra que o jogo senatorial matogrossulense está longe de ser feudo de um só.

Rose Modesto, por sua vez, representa a força de um discurso de renovação feminina com capilaridade no interior e trânsito entre campos ideológicos distintos. Tem a prefeita de Campo Grande, Adriana Lopes, como sua maior cabo eleitoral. Já Gerson Claro, do PP, tem perfil municipalista e o apoio de prefeitos que veem no Senado uma oportunidade de reposicionar o Estado em Brasília com foco em resultados e menos em simbolismo.

Enquanto isso, nomes tradicionais como caixeiro-viajante das emendas parlamentares, Nelsinho Trad, que pode buscar a reeleição, e outros líderes regionais tentam se reposicionar no cenário, atentos à nova composição das forças federais. A eleição de 2026 deve ser uma prova de fogo para a política de Mato Grosso do Sul: pela primeira vez em anos, o eleitorado terá diante de si não uma disputa de herdeiros do poder, mas um verdadeiro leilão de projetos e biografias.

Em resumo, se antes as vagas ao Senado era vistas como o destinadas aos abençoados pelos presidenciáveis — Delcídio do Amaral e Soraya Thronicke são apenas os últimos exemplos — e das vaidades políticas locais como prêmio de consolação a ex-governadores ou empresários sem votos, mas com muita grana (como alguns ilustres desconhecidos do eleitorado que assumiram como suplentes), agora se desenha como um campo de reconstrução. E isso, por si só, já é um bom sinal. Afinal, nenhum Estado progride quando confunde liderança com reinado. Mato Grosso do Sul começa, enfim, a ensaiar sua República — com seus defeitos, suas virtudes e, principalmente, com a chance de escolher quem fala por sua gente sem precisar se curvar a sobrenomes.

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