Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Lula e Donald Trump, tiveram hoje uma reunião histórica à margem da cúpula da Asean, bloco que reúne economias do Sudeste Asiático, na Malásia, do qual os dois participam como convidados.
O brasileiro falou em suspensão do tariafço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para os EUA, e o americano indicou que pode fazer concessões com o aprofundamento das negociações entre os dois países.
— Vamos chegar a um acordo — afirmou o presidente dos EUA sobre as negociações com o Brasil.
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O encontro durou cerca de 50 minutos em tom amigável, inclusive com o convite recíproco de visitas oficias a seus países.
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Lula escreveu, nas redes sociais, que teve uma “ótima reunião” com o americano Donald Trump, neste domingo, na Malásia. Neste momento, ele participa de um encontro com empresários em Kuala Lumpur.
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“Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, escreveu o brasileiro.
A reunião bilateral começou às 15h30 (horário local) — 4h30 no horário de Brasília —, no Centro da Cidade de Kuala Lumpur (KLCC). Ao todo, durou cerca de 50 minutos.
Na primeira parte do encontro, Lula e Trump falaram com os jornalistas por cerca de 10 minutos. Questionado se os Estados Unidos reduziriam as tarifas sobre o Brasil, Trump indicou:
— Vamos discutir isso por um tempo. Sabemos o que cada um quer.
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Trump afirmou ainda ser uma honra estar com o presidente do Brasil e que provavelmente eles fariam “alguns bons acordos”.
A conversa entre os dois foi o primeiro encontro presencial desde uma rápida conversa durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, e ocorre na esteira da imposição de tarifas de 50% sobre a exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos e de sanções a autoridades brasileiras em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que Lula afirmou não haver assunto proibido e que o Brasil pediu para o tarifaço ser suspenso durante as negociações. Auxiliares do ministro disseram que Lula explicou a Trump que o julgamento de Bolsonaro seguiu o devido processo legal no Brasil.
Quem estava na sala
Vieira; o assessor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa; e Audo Faleiro, diplomata da equipe do assessor especial da presidência Celso Amorim, acompanharam a conversa ao lado de Lula.
Do lado americano, estavam o secretário de Estado, Marco Rubio; o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante do Comércio, Jamieson Greer.
Eliane Oliveira/O Globo — Brasília
