Nova York me esperava, sexta-feira passada, para receber o Prêmio Romance por Mares Agitados na Periferia dos Anos 1970. Em paralelo, acontecia também o lançamento da antologia Words from Overseas – Vol. 2, da qual participo com um conto.
Tudo isso integra o VII Encontro Mundial de Literatura Brasileira, um espaço dedicado à celebração da palavra escrita, à valorização da produção literária em língua portuguesa e ao diálogo entre autores, leitores, pesquisadores e profissionais do livro. O evento acontece no Consulado Brasileiro em Nova York.
Ao reunir diferentes vozes da literatura dentro e fora do Brasil, o encontro promove a troca de experiências, o reconhecimento de trajetórias e o fortalecimento de uma comunidade literária global. Mais do que um evento, este encontro é um convite à reflexão, à escuta e à construção coletiva de pontes entre culturas, gerações e linguagens — diz Nereide Santa Rosa, jornalista, escritora, editora da Underline Publishing, diretora da Focus Brasil NY e da AILB – Academia Internacional de Literatura Brasileira.
Nunca viajei para os Estados Unidos, nem estive lá em 2022, quando ganhei o Prêmio Biografia por Maria d’Apparecida – Negroluminosa Voz. Nova York é uma cidade muito cara — mais cara, inclusive, que Paris, a grande cidade do mundo que mais recebe turistas.
Desta vez, aproveitei a estadia da minha filha Clara em residência artística para estar com a equipe da AILB e traçar algumas linhas pela cidade. Tudo é muito arranha-céu para esta sul-mato-grossense mais habituada ao velho mundo europeu, de outra arquitetura.
Vale a descoberta — mesmo com o presidente autoritário, a esperança trazida pelo novo prefeito da cidade e a aceitação de que a diversidade é necessária. E, sobretudo, vale estar com outros escritores brasileiros e contribuir, de certa forma, para divulgar a literatura brasileira fora das fronteiras do país, como tenho o hábito de fazer em Paris.
- Mazé Torquato Chotil – Jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP antes de chegar em Paris em 1985. Agora vive entre Paris, São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Tem 14 livros publicados (cinco em francês). Fazem parte deles: Na sombra do ipê e No Crepúsculo da vida (Patuá); Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso; Lembranças da vila; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terenas; Maria d’Apparecida negroluminosa voz; e Na rota de traficantes de obras de arte.
Em Paris, trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e é fundadora da UEELP – União Européia de escritores de língua Portuguesa. Escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus.
