De volta ao outro lado do mundo, novamente em terras francesas, encerro duas semanas intensas e repletas de encontros lusófonos. Nesse período, recebi duas resenhas de livros: a primeira, escrita pelo professor de literatura sul-mato-grossense Alan Silus — uma excelente leitura crítica sobre minha biografia de Lucy Citti Ferreira; e a segunda, do poeta e escritor Paulo Martins, de Salvador (BA), publicada em Portugal. Nas redes sociais, leitores continuam compartilhando palavras sensíveis após leituras — como a recente mensagem sobre Na sombra do ipê, obra que trata de câncer, das relações entre França e Brasil, do Mato Grosso do Sul e da amizade entre duas amigas.
Sem computador na primeira semana, travei uma pequena batalha com as funcionalidades do tablet, mas consegui apresentar a Lucy Citti Ferreira na Maison de l’Amérique Latine, na segunda-feira, dia 17, em Paris. Depois, viajei a Clermont-Ferrand, no centro da França, para participar da 5ª Jornada da Lusofonia, organizada pela Université Clermont Auvergne — um momento muito prazeroso, no qual a biografia de Lucy encontrou um novo público.
No sábado, dia 22, participei do II Salão do Livro Lusófono, na Casa de Portugal, em Paris. No mesmo dia apresentarei, na Biblioteca Gulbenkian, também na Casa de Portugal, a artista brasileira especializada em estampas Aline Costa, com a conferência L’estampe au Cœur du livre.
Nesta semana, retomei as pesquisas sobre Maria da Glória Rosa — professora, escritora e agitadora cultural que marcou todos os domínios das artes em Campo Grande — com vistas à futura biografia dessa figura essencial para a cultura do nosso estado.
Sigo contente por ter estado recentemente em Nova York, onde recebi o prêmio por Mares Agitados, obra que aborda o Mato Grosso do Sul e a migração de jovens nos anos 1970 para os grandes centros. Contínuo escrevendo e divulgando minhas produções marcadas pelas raízes sul-mato-grossenses, ao mesmo tempo em que levo a literatura brasileira a novos espaços aqui fora. É muito gratificante, ainda que as batalhas e a abertura de caminhos sejam sempre desafiadoras.
- Mazé Torquato Chotil – Jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP antes de chegar em Paris em 1985. Agora vive entre Paris, São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Tem 14 livros publicados (cinco em francês). Fazem parte deles: Na sombra do ipê e No Crepúsculo da vida (Patuá); Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso; Lembranças da vila; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terenas; Maria d’Apparecida negroluminosa voz; e Na rota de traficantes de obras de arte.
Em Paris, trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e é fundadora da UEELP – União Européia de escritores de língua Portuguesa. Escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus.
