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domingo, dezembro 28, 2025

‘Estou na UTI, não morri ainda. Não é justo querer dividir meu espólio’

A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse nesta segunda-feira que “não morreu ainda” e que “não é justo alguém querer dividir” seu espólio, em referência à sua sucessão como representante da direita para as eleições de 2026. A declaração foi feita em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Bolsonaro está impedido de disputar um cargo público até 2030 e se tornou o primeiro ex-presidente na História a perder os direitos políticos em um julgamento no TSE. Na sexta-feira, a Justiça Eleitoral entendeu que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente meios de comunicação ao atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores às vésperas da campanha do ano passado.

Quando questionado qual seria sua “bala de prata” que declarou ter para a próxima eleição presidencial — o comentário foi feito em entrevista à Folha de S.Paulo na semana passada —, Bolsonaro disse não ver hoje alguém com conhecimento suficiente do país para substituí-lo. Ele citou os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG) como lideranças da direita, mas sem considerá-los possíveis sucessores.

— Eu tô na UTI, não morri ainda. Não é justo alguém querer dividir o meu espólio — afirmou.

Em seguida, após afirmar não querer “dar conselho para o Zema”, Bolsonaro pediu “calma” aos potenciais sucessores. Para ele, as lideranças que se colocarem como presidenciáveis desde já se tornarão alvo de ataques e serão mais escrutinados pela sociedade.

— Eu não vou dar conselho para o Zema, mas quem queimar largada agora vai levar tiro de bazuca no lombo. Então vai com calma. Tem tempo ainda. 2026 passa por 2024 — afirmou.

Quando perguntado o que faria de diferente se pudesse voltar no tempo até janeiro de 2019, primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro respondeu que teria “baixado um pouquinho o tom de voz”. Antes, ele se definiu como alguém de perfil “explosivo” e “objetivo”. E acrescentou que colocaria políticos nos ministérios palacianos — aqueles que despacham do Palácio do Planalto: Casa Civil, Secretaria de Govero, Secretaria-Geral da Presidência e Gabinete de Segurança Institucional. Em seu governo, esses cargos estiveram ocupados predominantemente por militares.

Em seguida, mentiu ao afirmar que “não foi seu pessoal que fez o quebra-quebra” em Brasília, em referência aos bolsonaristas que invadiram a sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Seus aliados têm tentado emplacar a versão segundo a qual os manifestantes seriam “infiltrados de esquerda”.

Eleições municipais

Bolsonaro declarou que a “tendência” é apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na eleição municipal de 2024. Para ele, o ideal seria o PL lançar candidatura própria, mas ainda não há um nome viável para disputar o pleito. Ele afirmou que “o pior que pode acontecer em São Paulo é esse invasor de domicílio ser eleito”, em referência ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), principal pré-candidato da esquerda.

— Se tivermos um candidato nosso, com chance de ganhar, nós vamos com ele. Até o momento não apareceu, com todo o respeito ao Ricardo Salles. A tendência é apoiar o Ricardo Nunes — afirmou.

Em suas palavras, Salles “chutou a barraca” após saber que o ex-presidente teria sinalizado com a possibilidade de apoiar Nunes na eleição. O ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro e o prefeito de São Paulo têm trocado farpas publicamente.

Guilherme Caetano/OGlobo — São Paulo

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