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sábado, dezembro 27, 2025

Alan Guedes poderá ter Lula e Bolsonaro no palanque

Com apoios à direita e à esquerda, prefeito pode ter apoio até de tucanos dissidentes

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Pelas circunstâncias de momento da política brasileira o mais correto seria dizer que o prefeito Alan Guedes está entre a cruz e a espada. A cruz representada pelo PT do presidente Lula, de cujo governo sua administração depende mais do que nunca para a arrancada final e a consolidação de seu projeto de reeleição. A espada pelo bolsonarismo, em função da beligerância pós-eleitoral de sua militância, mas, na região do agronegócio, pesando o patrimônio eleitoral do ex-presidente que pode ser decisivo para o mesmo projeto do alcaide douradense.

O “dilema” político do prefeito do PP, partido do mesmo balaio do PL de Bolsonaro, com quem Alan se reuniu recentemente em Brasília, se dá por conta dos acenos já feitos por lideranças expressivas do PT ao seu projeto de reeleição, a começar pelo ex-governador e agora deputado estadual Zeca do PT, um dos maiores amigos do presidente Lula; depois dele o ex-deputado João Grandão, que frequentemente é visto zanzando pelos corredores da prefeitura e, mais recente e abertamente, o deputado Vander Loubet, que em sua visita semana passada a Dourados só não formalizou o apoio à recandidatura de Alan Guedes, mas deixou isso mais do que claro por onde andou visitando os projetos do prefeito. Lembrando que Vander tem, inclusive, um secretário por ele indicado na administração municipal, Joaquim Soares, da Agricultura e Pesca, já, como parte de sua estratégia para se eleger senador em 2026.

Como pêndulo nessa arquitetura toda, Tereza Cristina, a senadora do partido do prefeito e toda-poderosa ex-ministra da Agricultura e Pecuária de Bolsonaro. Ela cumpriu agenda oficial em Dourados uma semana antes de Loubet e escancarou para quem será o apoio do bolsonarismo em Dourados: “O PP tem candidato, e candidato forte, que é o prefeito Alan Guedes”, disse naquela ocasião, afastando qualquer possibilidade de apoiar os tucanos do coronel Azambuja.

Coisa aí de meia dúzia de seguidores do deputado Marcos Pollon, douradense mas com domicílio eleitoral em Campo Grande, insiste que PL lançará uma candidatura mais identificada com o bolsonarismo, mas o próprio ex-presidente já mandou avisar que se candidato houvesse seria seu “gordinho” Rodolfo Nogueira, mas como ele já optou por continuar deputado federal, a ordem natural das coisas seria uma composição com o PP de Tereza e de Alan.

Do lado do PT, a candidatura antes colocada era a do professor Tiago Botelho, mas como ele arrumou uma sinecura do governo federal no âmbito estadual e outra internacional, como analista das violações dos Direitos Humanos na ONU, bem provável que se dê por satisfeito para assim poder alimentar suas lives nas redes sociais, que é o que faz de melhor. Como a deputada Gleice Jane, inteligentemente, não dá um pio sobre o assunto, o PT fica à mercê do vereador Elias Ishy, mas, para quem conhece o PT, uma candidatura apenas stand by, para negociação, evidentemente, com o próprio Alan Guedes.

Não duvidem, pois, que Alan Guedes tenha que montar dois palanques em Dourados, um para o lulo-petismo outro para o bolsonarismo. Nada a estranhar, num momento em que o PT, surfando na popularidade e na liderança de Lula, avança sobre o espectro direitista, filiando até prefeitos do PL de Bolsonaro (ver matéria de hoje aqui no blog) com vistas às eleições de 2024. Isto acontecendo e, com a guerra interna no PSDB, o partido com o maior número de potenciais pré-candidatos, não é de todo impossível que o prefeito precise montar até mesmo um terceiro palanque, no caso, para os tucanos depenados e desamparados do azambujismo, mas que já acreditam na capacidade de aglutinação do governador Eduardo Riedel (que deve apoiar Alan Guedes) como futuro chefe político estadual no pós 2026.

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