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domingo, novembro 24, 2024

O simbolismo da governança de Barbosinha

Vice aproveitou a ausência de Riedel para mostrar que está preparado para ser governador

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O ambiente não poderia ser mais propício para reflexões. Diante do corpo de um ícone do jornalismo, Cícero Faria, morto um dia antes, sob o manto de um templo maçônico, constritos, familiares, centenas de amigos, entre os quais dezenas de colegas de profissão e muitos políticos. E, para gáudio do desencarnado, que certamente já assistia a tudo lá de cima, o prefeito Alan Guedes e o governador em exercício José Carlos Barbosa, o Barbosinha. Que se saiba, a primeira vez que um governador comparece ao velório de um jornalista em Dourados. Barbosinha e Alan, que se digladiaram nas últimas eleições municipais, que agora trabalham juntos para tirar Dourados do atoleiro em que a cidade estava três anos atrás. Barbosinha e Alan que, dependendo do entendimento dos caciques políticos, podem voltar a se digladiar em novembro próximo na disputa da mesma prefeitura.

Quinto vice-governador do Mato Grosso do Sul oriundo da região da Grande Dourados, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, emerge como a figura política que veio para alimentar os sonhos da comunidade local. Seu período de interinidade como governador, durante as férias de Eduardo Riedel, não apenas evidenciou sua desenvoltura na gestão pública, mas também reacendeu a chama da esperança entre os douradenses de um dia terem seu próprio governador ou senador.

Eleito como um dos prefeitos mais jovem do Brasil em 1988 no município de Angélica (ex-distrito de Dourados), num tempo em que não havia reeleição fazendo o vice Waldir Basílio de Lima seu sucessor, Barbosinha, como governador, começou por Itaporã seu giro de visitas e entregas de obras na região, passando duas vezes por Dourados, para daqui voltar à cidade em que tudo começou para seu último compromisso oficial. Fez, inclusive, o que nenhum outro governador jamais houvera sequer pensado, abrindo generoso espaço em sua agenda para abraçar ouvir os reclames da sempre esquecida gente do distrito de Itahum, enquanto inspecionava as obras de um posto policial e a reforma da escola Vicente Azambuja.

O ponto alto da programação do governador Barbosinha em Dourados foi a assinatura da ordem de serviço para a última etapa do Hospital Regional, que deve começar a atender até meados deste ano. Uma obra emblemática, iniciada no governo André Puccinelli e que se arrasta, já, há 15 anos, mas nem por isso ele deixando de fazer justiça ao seu idealizador, o lendário médico George Takimoto, ex-vice-prefeito, o primeiro, como ele, vice-governador do estado, também deputado federal e estadual.

Essa habilidade política e administrativa demonstrada por Barbosinha na ausência do governador titular levanta questões pertinentes ao futuro político de Dourados. A perspectiva de ter um governador nativo instiga a imaginação da população, que vislumbra um líder enraizado em suas realidades locais, capaz de compreender e representar fielmente os interesses da região. Não à toa, ele mandou um recado a Riedel e aos caciques da política estadual, os de Dourados, principalmente, durante a visita ao Hospital Regional: “Muito bom que agora o governador pode viajar tranquilo e deixar seu vice trabalhando, sem maiores sobressaltos”.

Entretanto, Barbosinha se encontra em uma encruzilhada: manter-se como vice, de olho numa uma vaga de deputado federal ou de senador; mais naturalmente, até por toda essa habilidade, esperar a hora certa para se tornar o legítimo sucessor de Eduardo Riedel ou, mais uma vez, cumprir missão como candidato a prefeito. Ficando onde está, pacientemente, não podendo incorrer nos mesmos erros de Braz Melo e Murilo Zauith, os dois vices de Dourados que mais se aproximaram dessa façanha. São dilemas que exigem reflexão cuidadosa. Sua escolha influenciará não apenas sua carreira política, mas também moldará o cenário futuro para Dourados.

Para que tudo dê certo com Barbosinha e, consequentemente, para que Dourados finalmente veja transformado em realidade esse tão acalentado sonho, o atual vice precisa, acima de tudo, espelhar-se na sabedoria do rei Salomão, que dá nome à cadeira do trono do venerável para o qual ele respeitosamente pediu licença para subir neste domingo, para posar ao lado do prefeito Alan Guedes, a pedido deste site. Só não podendo, excepcionalmente pelo contexto político, ficar “adormecido” como está em sua condição de maçom “aposentado”.

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