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domingo, novembro 24, 2024

“Uma mentirinha que não prejudica”, diz Marçal sobre a pegadinha de sua desistência da disputa eleitoral

Notícia da desistência do radialista resgatou tradição do "dia da mentira' e voltou a alvoroçar o ninho tucano em Dourados

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Na abertura de seu programa matinal hoje na 94 FM o radialista Marçal Filho parecia não ter lido ainda a notícia aqui publicada sobre sua “desistência” da corrida sucessória municipal. Bom no que faz quando está em seu “aquário”, com um microfone à frente, em sua sempre contagiante alegria, mandou alô você a torto e à direita, depois, indo aos recônditos da história para fundamentar de toda polêmica envolvendo o dia 1º de Abril – o sempre tão divertido dia da mentira. “Hoje pode, uma brincadeira, uma mentirinha só, desde que não faça mal a ninguém”. Até aí, tudo bem. Não passou recibo. E que interessante a observação de um candidato dizendo “desde que não faça mal a ninguém”, num instante em que as ameaças de baixarias só estão começando.

Lá pelo meio do programa, quando o departamento de jornalismo da emissora entrou em ação, eis que vem à tona a manchete “Marçal desiste da candidatura, deixa Azambuja em maus lençóis e Riedel no dilema entre Barbosinha e Alan Guedes. Sem citar a fonte, claro, o que deve ser uma determinação expressa do dono da emissora. Mesmo assim, dessa vez, até que ele foi elegante, limitando-se a risos irônicos. Só ao final do programa ele ameaçou entrar no assunto, mesmo assim deixando umas sintomáticas reticências no ar. Ao perguntar se um ouvinte havia sido vítima de alguma pegadinha do dia da mentira Marçal reclamou: “Pois é, eu fui, saiu uma notícia aí que eu não sou mais…” Mas, a julgar por uma postagem em seu perfil nas redes sociais, ele ficou, sim, incomodado: “Não caia em Fake News sobre o Marçal Filho”, diz o texto.

Como a notícia – e que fique bem claro que Fake News é outra coisa – foi postada no começo da madrugada, de propósito, por se tratar de uma brincadeira, exatamente para pegar desprevenidos os envolvidos, a repercussão foi imediata. O deputado Zé Teixeira, por exemplo, tirou um dos estrategistas de Azambuja da cama, para saber o que estava acontecendo. Interessante é que, também desavisado, ainda meio zonzo, o dito cujo ligou para o ContrapontoMS para saber se a notícia procedia e se partira do próprio candidato “desistente”, para depois reclamar que esse é o tipo de brincadeira que não se faz mais.

“Se é primeiro de Abril eu não sei, mas que aí tem muitas verdades isso eu sei”. Num  grupo de WhatsApp a jornalista Liziane Berrocal, uma das profissionais mais próximas do poder, em Campo Grande, definiu com precisão cirúrgica a pegadinha que nunca antes na história deu tanto ibope nesse dia, diante da nebulosidade em que atravessa processo sucessório em Dourados após o pré-lançamento da candidatura de Marçal Filho ao PSDB em 15 de março passado.

Pelo menos até que se prove em contrário, a única informação aqui publicada que se encaixaria no contexto de um 1º de Abril, de verdade, seria a do “rompimento” entre o ex-governador Reinaldo Azambuja e seu sucessor, Eduardo Riedel. E assim mesmo, enquanto Riedel vai tentando administrar a herança recebida sem causar maiores melindres ao antecessor. Riedel, justiça seja feita, até tem se esforçado, mas vira-e-mexe é obrigado ler na cartilha azambujiana, onde entre tantos arcaísmos, encontram-se estão frases e conceitos como o “não sou gato nem caco de vidro para ficar em cima do muro”, como fez ao cumprir o protocolo para, como filiado ao PSDB, anunciar seu apoio à pré-candidatura de Marçal Filho. Duas semanas depois sacou seu vice-governador, Barbosinha, do PP de Alan Guedes, para deixar em stand by, no PSD de Gilberto Kassab, não por coincidência um partido mais com a cara do bolsonarismo, de onde sairia a eventual candidata a vice-prefeita do vice-governador.

Disso tudo, depreendendo-se a “mentira” – anunciada ou não por Marçal – de que a pré-candidatura tucana pode não chegar à convenção, em julho próximo. Nem sendo necessário pois, pela exiguidade de tempo, se inspirar em Joseph Goelbbels, o ministro da Propaganda da Alemanha nazista, de Adolf Hitler, para quem uma mentira contada mil vezes acabava se transformando em verdade. Como nosso personagem é um radialista famoso e, como tal, um artista, melhor encerrar essa história com a de outro artista, Orson Welles, cuja fama se deu também, entre outras coisas, por uma dessas pegadinhas que marcam época. Foi quando ele usou uma emissora de rádio, tal qual faz Marçal, não para bater impiedosamente em adversários, mas levando pânico aos EUA num programa de rádio, anunciando a invasão do país por alienígenas, dando início à Guerra dos Mundos. Daí talvez a preocupação do artista da política douradense, já que lá, depois do programa de Orson, a população chegou a ver e a sentir a presença dos tais alienígenas. Vai que aqui, também, se confirme tudo o que foi dito de “mentirinha” sobre a sucessão municipal neste nesse 1º de Abril.

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