Com todo o respeito que se deve ter por um detentor de mandato federal, mesmo em se tratando de alguém só eleito por uma condição atípica – de carona com o tal do “mito” Bolsonaro – o deputado Rodolfo Nogueira, antes de se arvorar como liderança política deveria ter umas liçõezinhas básicas de português para poder melhor interpretar um texto jornalístico. Quando o jornalista Daniel Pedra escreve, no Correio do Estado, que O PP e o PL já teriam batido o martelo para fazer uma aliança em Dourados para apoiar o projeto de reeleição do prefeito Alan Guedes (PP), nada mais faz do que utilizar um recurso que o vernáculo oferece para dar uma informação que carece de confirmação, o dito futuro do pretérito, também conhecido como condicional.
No mais, é tudo perfumaria no “furo” de ontem do jornal mais antigo do estado, daí a falta de propósito na mixuruca nota com um desmentido emitida pelo parlamentar bolsonarista. Nota para a qual o jornal não deu nem tchum, pelo menos até a postagem deste texto. Sem contar que tudo o que ali está escrito foi antecipado aqui, neste site, em 10 de outubro do ano passado. Com informações direto da fonte, ou seja, do próprio Alan Guedes, depois de sua conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Aliás, não teria sido perfumaria caso o colega do jornal do saudoso A. J. Rodrigues tivesse tido a humildade de reproduzir a informação mais importante disso tudo, publicada num dos muitos textos que escrevi a respeito, do próprio ex-presidente ao prefeito, a de que PL (de Bolsonaro) e PP (de Alan) são partidos irmãos e, como tal, não teria sentido não caminharem juntos também nas eleições municipais.
O fato que seria novo pode vir a ser uma eventual candidatura a prefeita de Gianni Nogueira, a esposa do gordinho. Tanto se justificam todas essas conjugações e adjetivos que em sua nota o deputado “desmente” o Correio do Estado com um texto também no condicional. Ou seja, nem ele sabe o que está dizendo ao “informar”, apelando para o famigerado gerúndio, que “o PL está caminhando a passos largos para uma candidatura majoritária com o aval do presidente (sic) Jair Messias Bolsonaro e do presidente nacional do PL Valdemar Costa Neto”.
A verdade é que o arauto do bolsonarismo douradense não deve ter entendido ainda a sistemática do processo pré-eleitoral, tanto que anda atirando para todos os lados. Já teria oferecido o nome de sua esposa como pré-candidata a vice-prefeita ao vice-governador Barbosinha, por tabela devendo aceitar também o mesmo posto a ela caso o candidato seja, mesmo, Marçal Filho, já que um ou outro deve ser o candidato do esquema “azambujista”. Quanto à composição com Alan Guedes, o deputado Rodolfo Nogueira sai pela tangente: “Você já ouviu isso de minha boca?”, disse ele ao ContrapontoMS, lá atrás, quando começou toda essa confusão. Quer dizer, ele não tem certeza do que seu chefe anda pensando e, o que deve estar dando um nó em sua cabeça, sobre o que Bolsonaro conversou, efetivamente, com o prefeito no final do ano passado em Brasília. Até agora a única coisa que se sabe é que Bolsonaro vem a Dourados este mês para mais uma motociata e, aproveitando a Expoagro, também para uma cavalgada.