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sexta-feira, novembro 22, 2024

Noite de pânico, da traição e do vômito: os fatos imprevisíveis, os profetas e os picaretas da política

Ex-governador André Puccinelli discursou vomitando no ato de formalização de apoio aos tucanos

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Analisando em retrospectiva os fatos da semana sobre as movimentações em torno das eleições em Campo Grande – que acaba galvanizando todo processo político em Mato Grosso do Sul – fica mais do que claro que não adianta aplicar regras metodológicas das ciências exatas para compreender a natureza dos acontecimentos.

Jornalistas, parlamentares, fofoqueiros de bastidores, gênios da raça e marqueteiros têm o péssimo hábito de desenhar cenários futuros como se tivessem o poder de adivinhação irrefutável. Você conversa com essa gente e, do alto da arrogância de verdadeiros “cientistas políticos”, eles explicam didaticamente tudo o que vai acontecer ao longo de uma campanha.

De cara, o sujeito soma e combina dois ou três eventos e diz com certeza inaudita: fulano ou fulana vai vencer, ciclano será deputado ou senador em 2026, e assim por diante. Combinaram com os russos?

Na terça-feira (25/06) a madrugada foi longa. Finalmente, André Puccinelli decidiu anunciar a desistência de sua candidatura ao mesmo tempo em que Azambuja, Riedel e Beto Pereita reunia-se com o presidente Nacional do PL, Valdemar da Costa Neto (fazendo tabela à distância com Bolsonaro), para que o partido fechasse acordo com a candidatura do PSDB.

Sabe-se que após as tratativas Reinaldo ligou para o diretor de um jornal local, que colocou Valdemar na linha direta com um jornalista que o entrevistou. O presidente do PL foi categórico ao anunciar o acordo e deixou subentendido que a senadora Tereza Cristina (que estava nos Estados Unidos) havia concordado com o combinado. Logo em seguida, a madrugada adentrou com telefonemas cruzados (inclusive internacionais), desespero de um lado, comemorações de outro, dúvidas, incredulidades etc.

O resto é história.

Assim, em pouco mais de 48 horas, o quadro eleitoral campo-grandense entrou em nova fase. Outras virão. Com isso, a Adriane Lopes claudicou, Rose Modesto retraiu-se em compungido silêncio, o PT mergulhou na sua própria autoclandestinidade. Todo mundo se preparando para reposicionar-se no jogo. O período das traições vai começar.

Claro, a campanha pra valer nem se mexeu. Não há vencedores por antecipação, mas é evidentre que a máquina do PSDB vai rodar pesado.

A surpresa do lançamento de Beto Pereira na sexta-feira, numa festa grandiosa e animada, ficou por conta do mal-estar de Puccinelli. Durante seu discurso de apoio e consagração do retorno da união entre MDB e PSDB ele teve uma crise e começou a vomitar, o que muitos médicos presentes no evento suspeitaram do início de um AVC.

Claro que tal fato não ganhou cobertura maciça na imprensa, mas nas redes o assunto viralizou de uma maneira esquisita e até mesmo desrespeitosa. 

As cenas não foram agradáveis, causaram apreensão, e o que se viu foi a impotência daqueles que estavam próximos cercando o ex-governador, com troca de olhares, totalmente imobilizados. Ninguém estava preparado para o inesperado.

Paralelamente, o núcleo duro do bolsonarismo contra-atacava, com declarações em vídeo de representantes da extrema-direita mostrando-se indignada com a parceria entre PL, Bolsonaro e PSDB.

O deputado Marcos Pollon considera o tucanato um partido de esquerda. Para ele, Azambuja, Beto, Riedel etc, são comunistas de carteirinha. Só rindo. Pollon não se esforçou nos últimos tempos para se atualizar politicamente e não percebeu a guinada para o centro direita do PSDB.

A prefeita Adriane Lopes mostrou desespero. Ela buscou a senadora Tereza Cristina para tentar arrancar uma naco de apoio do bolsonarismo para sua campanha. Ela precisa de um tubo de oxigênio para respirar, sem o qual morrerá solenemente na praia. 

Como o ex-presidente é um personagem doidivanas certamente criará mais confusão, não deixando claro qual será sua real opção.

A semana que entra promete grandes emoções. Agora Beto Pereira terá que reposicionar seus grupos de apoio, e evitar que conflitos internos (a perspectiva de poder sempre é divisivo) por protagonismo na campanha, não permitindo que um ambiente deletério crie movimento endógeno de autofagia. Seria bom evitar disputas de egos, excesso de ciumeira, arrogância e perda de rumo.

O mercado de fofocas e especulações vai ferver. Principalmente em torno de pesquisas e levantamentos fajutos. A partir de agora o jogo é bruto. Salve-se quem puder.

Dante Filho

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