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quinta-feira, novembro 21, 2024

Guerra pela cadeira de Alan Guedes já faz a primeira vítima fatal: o Gordinho do Bolsonaro

Nebulosa negociação da candidatura de Gianni Nogueira põe em xeque a carreira do marido, o deputado federal Rodolfo Nogueira

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No processo de maturação da análise do pós-Convenções que acaba de definir os candidatos a prefeito e vice, principalmente, de Dourados os algoritmos me remeteram a Horácio. Não o Cersósimo, meu grande amigo, padrinho de casamento, um dos deputados que melhor representaram o coronelismo político da terra de seu Marcelino, pois que não fazia nada que contrariasse as ordens do coronel Juca de Matos, o mais emblemático de nossos coronéis da política. Refiro-me ao grande Quinto Horácio de Flaco, poeta lírico e satírico romano, além de filósofo, um dos maiores poetas da Roma Antiga. Horácio, para quem numa guerra o destino do servum pecus (o “rebanho servil”, como os bolsonaristas de hoje) é, em primeiríssimo lugar, o que os gregos (os caras que inventaram essa tal de democracia) chamam de “morte negra”, morte absurda, vã, desprovida de qualquer significação.

Por mais irônico que possa parecer o deputado Rodolfo Nogueira, o tal do Gordinho do Bolsonaro, é a primeira vítima fatal dessa guerra, cuja “morte política” foi provocada por um tiro de canhão com poder de destruição maior que dos obuseiros autorrebocados de 75cm com os quais Jair Bolsonaro tomou gosto pela coisa em Nioaque, como aspirante a oficial, recém-saído da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). Nem o retorno, ops!, de Bolsonaro a Dourados, como anunciado, ressuscita o deputado de primeiro mandato. Como a guerra está só começando, outras vítimas virão, principalmente entre aqueles que abusarem da hybris (arrogância funesta ou orgulho) – o aviso aos heróis que costumam agir de forma a provocar a ira dos deuses.

O gancho para anunciar a primeira vítima fatal da guerra que começa efetivamente agora em Dourados, depois do rebuliço do “quem dá mais” das convenções, veio no intervalo da leitura com a qual estou me deliciando, do livro “Mitologia e Filosofia”, de Luc Ferry, presente de aniversário de meu caçula Felipe Torquato Melo. E vejam como as coisas vão se encadeando, desde a pré-campanha, quando a natimorta candidatura de prefeita de Gianni Nogueira foi embalada nas redes sociais ao lado do ex-presidente; ela apontando para uma lata de leite condensado que em vez da marca “moça” trazia a palavra “mito”. Já imaginaram se aparece um marketeiro de algum adversário com um mínimo de tutano e faz uma marcação com aquele sinalzinho de verificação colocando um “N” entre o “mi” e o “to”?

A lembrança do personagem Pinóquio, que já derrubou tanta gente boa no mesmo tipo de eleição por aqui pode ser só uma  bobagem, perto do tudo o que Gianni Nogueira terá que se explicar, agora como coadjuvante dos tucanos. Além do já famoso “leilão”, que teria sido promovido pelo marido, a heresia usando o nome do filho de Deus em vão, logo ela tão zelosa pelos livros do Velho Testamento. Será que pulou Êxodo e Deuteronômio nos versículos que tratam do assunto no que se refere ao Pai? Ora, se nós, comuns mortais, somos uma partícula divina, o que dizer nosso mais ilustre irmão, que simboliza o amor e a caridade, estampado numa campanha eleitoral que promete ser do mais baixo nível?

Juro, pelo que há de mais sagrado, que ontem, por alguns frames de segundos, vi o corpo do deputado Rodolfo Nogueira estirado num caixão na Pax Primavera, ao lado dos corpos, em salas ao lado, do gaúcho Eugênio, da Churrascaria Rio Grande do Sul, e do japonês Kamimura, da Imobiliária.

É que para descansar a vista recém-operada de uma catarata abandonei a leitura na sacada por alguns minutos para dar um pulinho ao mercado da esquina. Mesmo tendo comprado apenas uma caixinha de suco de laranja, um mamão papaia e meia dúzia de bananas maçãs subia a Quintino Bocaiúva manquitolando, tanta era a dor provocada pela artrose na coluna. Nisso, o zap-zap do EverealdoNews (dono da padaria do fuxico) com o informe: “Rodolfo Rupp acabou de falecer. Ataque cardíaco”. Na sequência o complemento da informação: “que fase hemmmm….!!!”

Juro de novo, não sei se por conta de minha mania de leitura dinâmica ou por algum problema de déficit de atenção não li o “Rupp”, nome do médico enxadrista que acabava de partir. Só li “Rodolfo acabou de falecer”. Como nessas horas os pensamentos voam, aliei o fato de uma internação recente do deputado bolsonarista aos boatos de seu comportamento nada republicano no processo eleitoral, para concluir que realmente isso poderia ter causado um infarto. Tão séria a coisa que retornei para o empresário dono da padaria Pão da Hora, ponto de encontro de políticos e jornalistas, para confirmar a informação, ao que, aliviado, descobri que Rodolfo Nogueira estava vivinho da silva.

Menos mal, mas ratificando-se, pelo aqui exposto, a “morte política” do deputado bolsonarista. A não ser que ele use os truques do famoso mágico e ilusionista americano David Copperfield para provar que não  fez leilão nenhum. Nesse caso, morto politicamente por acreditar em histórias da carochinha, como, por exemplo, a que vem sendo contada na mesma padaria, dando conta do acordo do coronel Azambuja com o capitão Bolsonaro para apoiar sua candidatura a senador em 2026, em agradecimento ao desprendimento pela graciosa cessão da esposa como candidata a vice-prefeita de Marçal Filho.

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