O veredicto das urnas de 6 de outubro frustrou as expectativas do PT de Mato Grosso do Sul, que não elegeu prefeito e apenas ampliou de 28 para 37 sua representatividade nas câmaras municipais. O desempenho ficou aquém das projeções das lideranças, que esperavam recuperar parte do capital político que um dia teve no Estado (na primeira década deste século) com a eleição de Lula, em 2022.
Em nota ao partido divulgada na semana passada, o presidente do Diretório Regional, Vladimir Ferreira, depois de “valorizar, reconhecer e agradecer aos companheiros que num estado majoritariamente bolsonarista, colocaram seus nomes para representar o PT enquanto candidatos e candidatas a vereadores e vereadoras”, disse que é necessário fazer “avaliação município por município e depois uma avaliação geral”, sobre o desempenho petista em MS.
“Já disputei várias eleições, mais perdi do que ganhei, mas sempre considerei os processos eleitorais como um aprendizado, e tenho a absoluta convicção que os resultados eleitorais, são resultados da nossa construção cotidiana”, afirmou Vladimir Ferreira, lembrando do processo de discussão interna com as eleições das direções partidárias, que devem ocorrer em março de 2025.
“Já disputei várias eleições, mais perdi do que ganhei, mas sempre considerei os processos eleitorais como um aprendizado”
Vladimir Ferreira reconhece que “se é certo que grande parte dos nossos problemas advém da falta de estrutura financeira, é certo também que a outra parte é das nossas fragilidades políticas e eleitorais”.
De acordo com ele, “na maioria dos municípios o PT não recebeu nem os votos daqueles que dizem preferir o PT, como Partido”.
Também na semana passada, o ex-governador e atual deputado estadual, Zeca do PT, se manifestou pelas redes sociais e aplicativos de mensagens a necessidade de oxigenar as direções municipais do partido: “É preciso fazer uma faxina”.
Para fortalecer e motivar o partido nas eleições 2024, Zeca foi vice da deputada Camila Jara na disputa pela prefeitura de Campo Grande e foi decisivo no processo de convencimento que culminou o ex-prefeito Laerte Tetila como vice de Tiago Botelho, em Dourados. Na Capital, o PT ampliou a bancada de vereadores de 2 para 3 e, em Dourados, dobrou: de 1 para 2.
José Henrique Marques/Folha de Dourados
Leia a nota do Diretório Regional do PT, na íntegra:
“Bom dia companheiros e companheiras, passado mais uma eleição, temos muito o que refletir, avaliar e reavaliar, se é certo que grande parte dos nossos problemas advém da falta de estrutura financeira, é certo também que a outra parte é das nossas fragilidades políticas e eleitorais.
É preciso valorizar, reconhecer e agradecer aos companheiros que num estado majoritariamente bolsonarista, colocaram seus nomes para representar o PT enquanto candidatos e candidatas a vereadores e vereadoras, Prefeitos e Prefeitas, mas é preciso ampliarmos a nossa representatividade e a nossa capacidade de intervenção política em cada município, para que o PT possa sim, ser o herdeiro do chamado voto lulista.
Nesta eleição ampliamos um pouco, diria muito pouco a nossa presença institucional, com a eleição de 37 vereadores e vereadoras, mas isso não reflete nem os que as pesquisas apontam de preferência partidária, ou seja, na maioria dos municípios o PT não recebeu nem os votos daqueles que dizem preferir o PT, como Partido.
Precisamos então fazermos uma avaliação município por município e depois uma avaliação geral. Já disputei várias eleições, mais perdi do que ganhei, mas sempre considerei os processos eleitorais como um aprendizado, e tenho a absoluta convicção que os resultados eleitorais, são resultados da nossa construção cotidiana.
Por fim, mas é claro sem encerrar o assunto, teremos agora o nosso processo de discussão interna com as eleições da nossas direções Partidárias, momento importante para aprofundarmos o nosso modelo de organização e mobilização.
Agradeço mais uma vez os esforços de todos e todas, parabenizo os eleitos e eleitas, lembrando que todos foram resultados de um processo coletivo, ninguém ganhou sozinho, avançamos um pouco, mas é preciso e possível avançarmos mais, portanto, sigamos na luta, pois os desafios são enormes.
Vladimir Ferreira.
Presidente do PT/MS”