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quinta-feira, novembro 21, 2024

Extremismo bolsonarista e escândalo no Judiciário do MS obrigam Marçal Filho a colocar as ‘barbas de molho’

Escândalo do Judiciário e reabertura das investigações do 8 de janeiro podem refletir na escolha do secretariado e na administração Marçal Filho

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Primeiro, o escândalo do Judiciário do MS, com denúncias que levaram ao afastamento da cúpula do TJMS (cinco desembargadores, inclusive o presidente da Corte, Sérgio Fernandes Martins, todos afastados de seus cargos e obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas). Agora, as gravíssimas denúncias reabrindo o caso da tentativa de golpe dos bolsonaristas contra o regime democrático, com a revelação de que os golpistas de 8 de janeiro de 2023 planejavam matar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Escândalos e denúncias no âmbito estadual e federal, mas que refletem diretamente na futura administração de Marçal Filho em Dourados.

Isto, levando-se em consideração que a eleição de Marçal Filho só se vislumbrou, efetivamente, no momento em que o bolsonarismo aderiu à sua campanha, com a negociata que deu tanto o que falar envolvendo o deputado Rodolfo Nogueira – o Gordinho do Bolsonaro – e o ex-governador Reinaldo Azambuja, por meio da interlocução do deputado Zé Teixeira. Acordo que fez da esposa do Gordinho, Gianni Nogueira, uma natimorta para a política, pois precisou abandonar sua candidatura à prefeitura para se sujeitar como coadjuvante do radialista, submetendo-se, sem constrangimento, à convivência “pacífica e ordeira” no mesmo palanque com a dona do bordel Isa Cavala Marcondes, “expulsa” por seu marido do PL exatamente para não contradizer o bordão bolsonarista “Deus, pátria e (principalmente) família”.

Extremismo bolsonarista e escândalo no Judiciário do MS obrigam Marçal Filho a colocar as ‘barbas de molho’
Deputado Rodolfo Nogueira, Bolsonaro e a vice-prefeita de Marçal Filho, Gianni Nogueira (Arquivo de campanha)

O escândalo da venda de sentenças do TJMS põe em xeque a autoridade e a sempre alardeada credibilidade do maior fiador (sic) do prefeito eleito em Dourados, o deputado estadual Zé Teixeira (G1 MS), e respinga em outro “mui companheiro” de Marçal, o ex-vice-governador Murilo Zauith, pela proximidade com “seu Zé”, a quem Zauith recorre sempre que precisa tomar uma decisão política importante. Um exemplo disso, a reconciliação com o ex-governador Reinaldo Azambuja, depois que o poderoso dono da Unigran foi humilhantemente enxotado da Secretaria de Infraestrutura do Estado “só porque estava tramando” com seus asseclas a queda de Azambuja do poder. Reconciliação que aconteceu na casa de Zé Teixeira, em Dourados, às vésperas do processo eleitoral de outubro passado.

Por esses novos fatos, irrefutáveis, Marçal Filho se vê diante de sua primeira grande encruzilhada política e administrativa, já que toda essa tormenta vem no exato momento em que ele se prepara para anunciar o seu secretariado. Talvez por isso, aliás, o já incomodativo atraso, pois que muitos dos nomes ventilados são tidos como da cota da vice, Gianni Nogueira (pelo óbvio da coisa); do deputado Zé Teixeira e do próprio Murilo Zauith, neste caso, nomes compartilhados ou impostos pelo coronel Azambuja, outro que anda todo enrolado com o Judiciário.

Para o prefeito eleito Marçal Filho, por suas convicções religiosas, além das denúncias de corrupção envolvendo aliados como o deputado Zé Teixeira, o ex-governador Azambuja e, por tabela, seu vice Zauith (tudo farinha do mesmo saco), o pior é ter uma vice-prefeita envolvida não com uma facção política extremista como o bolsonarismo, mas, como agora ficou mais perto ainda de ser provado, com uma organização criminosa capaz de tramar o assassinato de um presidente da República, de seu vice e de um membro da Suprema Corte de Justiça do país.

Será que Marçal Filho é tão ingênuo a ponto de acreditar na pregação herege de sua vice durante a campanha eleitoral? A menos que Gianni Nogueira, especialista em citar versículos bíblicos em suas pregações políticas, também negue Bolsonaro, como Pedro negou Jesus, o que seria considerado uma traição. Neste caso complicando uma barbaridade a vida de seu marido, o Gordinho do Bolsonaro. Mas, como noutra passagem bíblica está escrito que Judas Iscariotes traiu Jesus por trinta moedas, o que custaria ao Gordinho trair Bolsonaro, sejam lá quantos milhões tenha levado na transação que fez ele e a mulher aderirem ao tucanato estadual? Embora, por tamanhas convicção e subserviência à “causa” bolsonarista, não seria de duvidar que tanto o Gordinho como sua esposa se sujeitassem ao papel daquele pobre coitado homem-bomba que outro dia morreu atentando contra a estátua a Justiça em Brasília.

Além de precisar, solitariamente, orar, e orar muito!, Marçal Filho deve colocar as barbas de molho, sem deixar de observar os sinais que Deus está lhe enviando, antes ainda da posse, ou seja, antes que seja tarde demais. Não o deus de Gianni Nogueira ou o do bolsonarismo golpista e de instinto assassino, mas o Deus que, segundo a doutrina kardecista, é a causa primeira de todas as coisas, Inteligência Suprema, enfim, o GADU, Grande Arquiteto Do Universo, como dizem os maçons. A menos que ele queira dormir com o inimigo. Ou com a inimiga!?

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