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quarta-feira, fevereiro 5, 2025

Pela mão do Braz, Gisella Melo vira secretária de Cultura

Futura secretária de Cultura, filha do ex-prefeito Braz Melo, é empresária do ramo de montagem de bufet para festas de aniversários e casamentos

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Quando Marçal Filho foi eleito, cogitou-se a permanência do artista plástico Francisco Chamorro, o Quinho, na presidência da Fundação de Cultura. Uma unanimidade no meio cultural. De antemão, que não se confunda Cultura com ‘fazeção’ de festas de aniversário e casamento. Mas, por ele ser unha e carne com Alfredo Barbara Neto, o colunista social guru do ex-prefeito Alan Guedes, a ideia foi de pronto descartada. Veio o nome de Bete Balanço (Elizabete Salomão), da cota da ex segunda dama do Estado, Cecília Zauith, ideia também abortada, até para que não ficasse parecendo quitação de uma dívida do prefeito ao primeiro patrão no rádio, Jorge Antônio Salomão, o radialista que também virou prefeito por tanto criticar a administração pública, e que foi o primeiro grande fiasco entre os locutores que se aventuram nessa empreitada.

Nessa época, Marçal Filho era apenas o filho adolescente de um dos muitos “compadres” e das muitas comadres – como a dona Judite – de Jorge Antônio, o velho Marçal, um cearense arretado de Aurora, morador da Vila Mattos, uma vez na golden city, tão apaixonado pelo homem de “A Bronca” que resolveu convidar o polêmico radialista para batizar o filhote. Daí, para pedir um emprego para o filho, já afilhado de “seu Jorge”, foi um pulo. O insubordinado do jornalismo aqui, já então um foca na Rádio Clube, presenciou o dia em que seu Marçal chegou com o filho “puxado” pelo braço para o primeiro dia de emprego como sonoplasta da Rádio Clube de Dourados.

Marçal Filho seguiu direitinho a cartilha do padrinho. Ambicioso, não titubeou em dar seus pulos, primeiro para uma emissora em Glória de Dourados, de lá retornando a várias outras em sua terra natal, como as rádios Tupinambás, do à época deputado federal Ivo Cersósimo, e Caiuás, do também deputado federal José Elias Moreira, passando também pela FM Gran Dourados, de Antônio Tonanni, até conseguir transformar em realidade seu grande sonho: o de ter sua própria emissora, a 94 FM.

Nesse meio tempo, ainda na Caiuás, Marçal Filho decidiu ser candidato a vereador, mas para isso teve que abandonar a emissora e, consequentemente, a orientação política de seu proprietário, o deputado José Elias Moreira, que naquele ano (1988) tentaria se eleger novamente prefeito de Dourados, contra Braz Melo, que havia sido derrotado pelo pupilo de Zé Elias, Luiz Antônio Álvares Gonçalves, seis anos antes. Braz se elegeu prefeito, já Marçal não teve a mesma sorte na estreia, sendo compensado com o cargo de chefe da Divisão de Relações Públicas da Assessoria de Imprensa da prefeitura.

Foi nessa condição que Marçal Filho presenciou o maior feito de Braz Melo (depois do CEU – Centro de Ensino Unificado, uma cópia dos CIEPs, as escolas de tempo integral concebidas pelo antropólogo Darcy Ribeiro, no governo Leonel Brizola, no Rio de Janeiro) – o Monumento ao Colono, por sua imponência popularizado como “a mão do Braz”, o maior cartão-postal de Dourados. Um feito cultural de magnitude ímpar, pois remete à Guerra do Paraguai, de onde surgiu a Cia. Mate Laranjeira, monopólio internacional da exploração da Erva Mate que, juntando a fome do presidente Getúlio Vargas com a vontade de comer dos nordestinos castigados pela seca fez nascer a CAND (Colônia Agrícola Nacional de Dourados), o maior projeto de reforma agrária até hoje implantado no Brasil, que deu origem aos municípios e distritos que são a base do monumento projetado pelo arquiteto Luiz Carlos Ribeiro, na saída (ou entrada) de Dourados.

Muito mais por esse entrelaçamento cultural do que por se tratar de uma empresária bem-sucedida no ramo de buffeteria, Gisella Silva Melo Dourado foi indicada, nesta sexta-feira, como secretária de Cultura da terra de seu Marcelino. Uma bela homenagem a seu pai, o emedebista Antônio Braz Genelhu Melo, no pódio da história, ao lado do udenista Zé Elias e do petista Tetila, um dos maiores prefeitos que a cidade já teve.

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