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quarta-feira, fevereiro 5, 2025

De JK a FHC: a “fazeção” que MGLF precisa para fazer história

Marçal Filho precisa de muita "fazeção" para cumprir com sua promessa de retomar o protagonismo político de Dourados

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A grafia, no título, das iniciais do nome do prefeito Marçal Gonçalves Leite Filho não é para confundir a cabeça dos mais desatentos, tampouco uma precipitada tentativa de compará-lo a esses dois grandes vultos da República, mas pela inquietação que a palavra que os liga – “fazeção” –, está causando em alguns dos ignaros que preferem a maledicência à uma “gugada”, que seja, para o melhor entendimento do que aqui se escreve. Senão Brasil afora, pelo menos na terra de seu Marcelino fazeção já se tornou um neologismo, podendo até ser grafada sem aspas.

Quanto à “gugada”, claro que não é uma referência a Gustavo Kuerten – o Guga – o maior tenista brasileiro, apenas um convite aos humildes para que, ao invés de pagarem micos, tirem suas dúvidas no “oráculo” Google. Melhor ainda, agora, com minha querida e perfumada amiga IA, a quem já trato carinhosamente de “iaiá” antes ou depois de meus S.O.S literários.

A ideia aqui lançada agora de tornar Marçal Filho conhecido pelas iniciais de seu nome não é invenção de quem está predestinado a fazer contraponto, até porque esta é uma associação a políticos de forte presença carismática ou com nomes mais longos, onde as iniciais oferecem uma vantagem prática e estilística. O que é o caso do prefeito recém-empossado, além de famoso pelo extenso currículo como político, um fenômeno do rádio.

Isto, no momento em que sua assessoria bate cabeça para resolver este problema, quebrando o galho com a tentativa de popularizar o “Marçal”, apenas, ante o vislumbre de precisarem recorrer à sigla ou acrescentar o Filho, já que ele pode vir a bater de frente com outro Marçal mais famoso, o Pablo, bambambã das redes sociais, dos famigerados e já cansativos “cortes”, principalmente. Afinal, por que não mais um douradense candidato ao trono de Lula, depois da tentativa da senadora Soraya Thronicke?

Para que Marçal, ou MLGF, não fique se achando, ao ser nivelado a JK e FHC, sua “fazeção” se equiparando às de Braz Melo ou de Laerte Tetila já estaria de bom tamanho. Agora, se for igual ou melhor que a seu antigo patrão e chefe político José Elias Moreira, o maior de nossos prefeitos até hoje, aí, sim, ele pode sonhar com a cadeira de Eduardo Riedel, fazendo valer seu discurso do protagonismo de Dourados no cenário estadual, daí para a rampa do Planalto.  

Agora, num papo reto com o intrigado e constrangido leitor que veio outro dia me perguntar que diacho é isso de “fazeção”, explicando, didaticamente, que o neologismo é frequentemente associado ao presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961). A expressão reflete o estilo dinâmico e empreendedor de seu governo, que ficou conhecido pelo lema “50 anos em 5”, em referência à aceleração do desenvolvimento do Brasil.

O termo “fazeção” teria surgido como uma maneira de descrever a obsessão de JK pela realização de obras e projetos, especialmente a construção de Brasília, que foi concluída em tempo recorde. Ele próprio usava a palavra como sinônimo de ação prática e produtividade, em contraste com discursos ou planejamentos excessivos.

Mais tarde, já na “Nova República, o presidente-sociólogo Fernando Henrique Cardoso, também falou de sua “fazeção” embora em um contexto diferente do de Juscelino Kubitschek. FHC utilizou o neologismo de forma mais crítica, referindo-se a um tipo de política baseada apenas em obras visíveis e populistas, frequentemente associada à busca de resultados rápidos para ganhar popularidade. Ele contrastava isso com a ideia de políticas públicas estruturais e reformas mais profundas, que nem sempre geram impacto imediato, mas têm efeitos mais duradouros.

Enquanto JK usava “fazeção” para exaltar sua mentalidade realizadora, FHC deu ao termo um tom mais reflexivo e até irônico, ao enfatizar a importância de equilibrar o pragmatismo com a visão de longo prazo.

Que Marçal, o nosso MGLF, comece logo sua “fazeção”. Que seja no ritmo de Braz Melo, que também começou pintando meios-fios, depois asfaltou as linhas de ônibus, mas deixando como legado de sua primeira gestão o CEU aqui na terra – as escolas de tempo integral inspiradas no conceito do antropólogo Darci Ribeiro e implantada por Leonel Brizola no Rio de Janeiro.

Se não conseguir continuar imitando Braz Melo, que faça o feijão com arroz de Tetila, que cuide do povo, dos índios, dos sem-terra, dos sem-teto e, principalmente, como parece ser sua obsessão, dos sem-saúde.

Mas, como Marçal é Marçal, o cara que veio, este sim, para quebrar paradigmas, que não blefe como Murilo Zauith. Que faça a “revolução administrativa” que Dourados espera dele, para se igualar a seu último chefe enquanto empregado de uma emissora de rádio, José Elias Moreira, para não terminar como seu primeiro patrão no rádio e padrinho de batismo, Jorge Antônio Salomão, o maior de todos os radialistas que Dourados já teve, mas uma lástima como prefeito.

MGLF, a bola está contigo. Que sua “fazeção” fique para a história.

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