Depois de um ano tão rico em atividades brasileiras na França, costumo dizer que todos os anos deveriam ser do Brasil na França. Um sonho possível, desde que os brasileiros continuem a alimentar essa relação não apenas cultural, mas também econômica. Vale lembrar que também estiveram por aqui empresários e representantes do setor de desenvolvimento sustentável, trazendo produtos da Amazônia.
Quantos belos eventos não aconteceram neste ano França-Brasil, cujo primeiro semestre foi dedicado ao Brasil na França? Foram inúmeros: festivais musicais e de cinema; exposições de artistas plásticos; conferências literárias… No segundo semestre, é o Brasil quem recebe a França, com múltiplos eventos em todo o país. Uma verdadeira indústria cultural que movimenta milhares de trabalhadores, dinamizando as economias de ambos os países.
Neste final de semana, no espaço Paris Plages, às margens do Sena — exatamente no Quai des Célestins, entre a Praça da Bastilha e a Ilha Saint-Louis — o público poderá assistir gratuitamente a seis filmes, entre curtas e longas-metragens, durante três dias de cinema brasileiro. A mostra é organizada pela Prefeitura de Paris em parceria com a Jangada, associação que realiza há mais de 27 anos o mais importante festival de cinema brasileiro na Cidade Luz.
Entre os filmes programados estão o conhecido Central do Brasil, de Walter Salles, e Ilha das Flores e Saneamento Básico, de Jorge Furtado.
Será o momento perfeito para levar um piquenique, reunir amigos, e aproveitar, antes da sessão começar, uma das cadeiras disponíveis, observando as águas do Sena correrem para a direita, em direção ao “mar oceano” — o Atlântico, que também banha nossa terra.
E então, é só esperar as imagens começarem a se mover na tela — e torcer para que a chuva não estrague a festa sob as estrelas parisienses.
Mazé Torquato Chotil – Jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP antes de chegar em Paris em 1985. Agora vive entre Paris, São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Tem 14 livros publicados (cinco em francês). Fazem parte deles: Na sombra do ipê e No Crepúsculo da vida (Patuá); Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso; Lembranças da vila; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terenas; Maria d’Apparecida negroluminosa voz; e Na rota de traficantes de obras de arte.
Em Paris, trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e é fundadora da UEELP – União Européia de escritores de língua Portuguesa. Escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus.
