20.8 C
Dourados
sexta-feira, dezembro 5, 2025

Que fase, Azambuja!!!

Do presente pantaneiro ao silêncio estratégico: Azambuja, entre o brete da JBS e o cercadinho do mito, atravessa sua pior fase política

- Publicidade -

O ex-governador Reinaldo Azambuja insiste em não querer falar com o ContrapontoMS — site por ele até hoje mantido sob censura no Supremo Tribunal Federal, por conta do texto “Governo Azambuja começa atolado na lama asfáltica (de André Puccinelli)”. Desde ontem, diante da importância histórica da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, tentamos ouvir o líder do grupo político que comanda o estado. Até agora, silêncio total. Mas, um silêncio que diz mais do que qualquer nota oficial. O ex-governador, recém-saído do ninho tucano para se abrigar no cercadinho bolsonarista, parece ter adotado a estratégia do “quem cala, consente” — ou, no mínimo, do “quem cala, espera para ver no que vai dar”.

Nessas horas, é impossível não lembrar da cena emblemática em que Azambuja, sorriso aberto e mangas arregaçadas, entrega ao “mito” uma viola de cocho — símbolo maior da cultura pantaneira — num gesto de homenagem que soa afinado à época e hoje parece desafinado pela realidade. Se antes o presente servia para embalar discursos de campanha e selfies de comício, agora ganha novos sentidos: resta aguardar que os ecos do dedilhar de Bolsonaro na mesma viola, talvez saídos da sacada do seu domicílio vigiado — ou da veneziana da Papuda —, cheguem embalados pelo bordão “agora vai”, com o qual Azambuja se elegeu governador pela primeira vez.

Para completar o quadro, basta imaginar o fundo musical: nada de bandeiras americanas ou hinos importados — a trilha sonora, desta vez, é o Hino Nacional brasileiro, tocado entre trinados desafinados e chiados de tornozeleira eletrônica. A cena resume bem a transição: do “mito salvador” às cordas pantaneiras de um Brasil que parece sempre prestes a começar… mas nunca termina de afinar.

E se a fase já era complicada, vem agora o narrador Milton Leite soprar no ouvido do ex-governador: “Que fase, Azambuja!” Não bastasse a dor de cabeça com o “brete” da JBS — aquele corredor estreito que leva o boi, sem volta, para a martelada fatal — o salto mal calculado do ninho tucano para o cercadinho do Bolsonaro só piorou o cenário. O presente da viola, antes afinado e festivo, agora parece troféu de um tempo que passou: símbolo de uma aposta que desafina no compasso da história.

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

Últimas Notícias

- Publicidade-