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sexta-feira, dezembro 5, 2025

O mago das pesquisas no MS destrincha o tabuleiro eleitoral

Com aprovação recorde de Eduardo Riedel, peso do “azambujismo” e avanço da direita no estado, Lauredi Sandim analisa os números do IPEMS e projeta cenários quentes para o Senado e para o governo.

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Na última rodada de pesquisas do IPEMS, o governador Eduardo Riedel aparece com 82,43% de aprovação administrativa e, para alguns analistas, já poderia ser considerado virtualmente reeleito. O mago das pesquisas de Mato Grosso do Sul, Lauredi Sandim, pondera que os números são sólidos, mas lembra que a política é feita de imponderáveis e que o jogo só começa quando os adversários entram em campo.

Outro dado revelador: o peso do “azambujismo”. Reinaldo Azambuja, ex-governador, articula alianças para reeleger Riedel, conquistar uma cadeira no Senado e ampliar a base na Assembleia e na Câmara Federal. Ao mesmo tempo, o PT, recém-desembarcado do governo, se organiza para viabilizar um nome para enfrentar Riedel, apostando em Simone Tebet para o Senado, montando palanque à altura da recandidatura de Lula à presidência. A disputa, portanto, tende a ser mais dura e complexa do que as manchetes simplistas fazem crer.

E tem mais: a pesquisa mostra que a direita soma 42,33% das preferências no MS, contra pouco mais de 10% da esquerda, além de um imenso contingente de indecisos. Nesse cenário, nomes como a “fenomenal” Isa Marcondes e Rodolfo Nogueira, pela estreita relação com Bolsonaro, também aparecem com fôlego, enquanto velhos caciques seguem no tabuleiro. Lauredi Sandim analisa cada movimento dessa engrenagem política em entrevista exclusiva ao ContrapontoMS.

Sua última pesquisa dá o governador Eduardo Riedel como “virtualmente” reeleito. Feeling do mago da pesquisa do MS ou arroubo do editor do CORREIO DO ESTADO? Até porque é muito cedo para cravar uma afirmação dessas…
Óbvio que o Daniel Pedra, editor do Correio do Estado, chegou a essa conclusão analisando todas as variáveis da pesquisa: avaliação administrativa do governo Eduardo Riedel, intenção de voto espontânea, intenções de voto estimuladas com quatro participantes, rejeições individuais pelo mercado eleitoral, nível de conhecimento, mercado de votos e rejeições.

Tudo bem, a aprovação de Riedel é excelente, o que retrata a assertiva da tal “transversalidade” de seu governo, mas isso ajuda ou atrapalha? Até porque já vimos este filme antes…
A avaliação administrativa de um governo impulsiona e alavanca qualquer candidatura à reeleição. Eduardo Riedel detém avaliação administrativa de 82,43% de aprovação (ótima, boa e regular aprova) contra 17,57% de desaprovação (ruim, péssima e regular desaprova).

Já é lenda no estado que atualmente ninguém se elege sem estar alinhado com o “azambujismo”. A pesquisa confirma a lenda ou pode haver mudança de rumo?
O ex-governador Reinaldo Azambuja é um político experiente, com bom trânsito junto a prefeitos e vereadores sul-mato-grossenses, e está montando um arco de alianças com o objetivo de reeleger o governador Eduardo Riedel, se eleger senador pelo PL e fazer a esmagadora maioria dos cargos proporcionais à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.

Quando saiu a pesquisa, Riedel estava sem adversários. Agora temos o PT, rompido com o governo, se assanhando de novo. Isso é só para cumprir tabela ou o PT (ou algum partido aliado) teria o direito de sonhar, pelo menos?
O PT, através de seu presidente estadual, deputado federal Vander Loubet, está construindo uma oposição ao governo Eduardo Riedel e já anunciou que irá desembarcar logo. Arrumaram o ex-deputado federal Fábio Trad para pleitear o cargo de governador e estão investindo pesado na ministra Simone Tebet ao Senado. O objetivo é montar palanque para a reeleição do presidente Lula. Muita água ainda vai passar debaixo da ponte.

Por pior que seja a desgraça, governo é governo. Agora falando da influência de Lula: depois dessa hecatombe que foi o tarifaço de Trump, tanto para o governo quanto para o Senado…
Temos que aguardar os desdobramentos dessa crise das tarifas impostas pelos EUA para sabermos quem sairá vencedor.

Todos os presidentes de plantão elegeram seu senador no MS, inclusive Bolsonaro, com a até então ilustre desconhecida Soraya Thronicke. Isso significa que o projeto do “azambujismo” de eleger alguém para a segunda vaga corre risco?
O ex-governador Reinaldo Azambuja foi muito perspicaz em relação à aproximação com os bolsonaristas, que têm apelo popular excepcional aqui em solo sul-mato-grossense. Na mesma pesquisa IPEMS, sobre posicionamento político do entrevistado, a direita detém 42,33%; o centro, 12,21%; a esquerda, 10,78%, enquanto 34,68% não responderam. Pela pesquisa divulgada no Correio do Estado, a disputa para o Senado será acirradíssima, com quatro nomes empatados dentro da margem de erro. O imponderável, mais uma vez, poderá fazer a diferença.

Partindo-se da “lógica” de que o ex-governador Reinaldo Azambuja já pode comprar o terno para a posse no Senado, quais nomes aparecem na alça de mira do IPEMS para a segunda vaga?
Não diria isso. Temos um empate técnico entre quatro nomes constantes na pesquisa. Conforme disse anteriormente, o ex-governador Reinaldo Azambuja desponta na pesquisa, tendo excelente mercado eleitoral (nível de conhecimento, mercado de voto e baixa rejeição individual em relação aos nomes inseridos).

Este é um sonho antigo da região da Grande Dourados e agora o deputado Geraldo Resende está colocando o nome como opção. Ele tem alguma chance, independente do partido ao qual venha a se filiar?
Ninguém acredita na candidatura dele ao Senado. Nas pesquisas anteriores incluímos o nome dele e não obteve bons índices.

Além do senador Nelsinho Trad e de sua colega Soraya Thronicke, candidatos “naturais” à reeleição, hoje fala-se no capitão Contar, no deputado Pollon, no presidente da Assembleia, Gerson Claro, no vice-governador Barbosinha e no secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruk, que seria o preferido do esquema. Confere?
Todos os nomes citados são competitivos. O senador Nelsinho Trad preside o PSD no MS, que detém relevância política e financeira em nível nacional, tendo autonomia para fazer alianças. O capitão Contar é determinado, detém excelente mercado eleitoral e está buscando estrutura partidária para enfrentar o pleito. O deputado federal Pollon está sem conexão e espaço junto ao seu partido, PL. O presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), é nome com bom trânsito no meio da classe política, mas está à mercê do apoio da senadora Tereza Cristina e do governador Eduardo Riedel, que em breve irá para o PP. O vice-governador Barbosinha (PSD), na minha opinião, continuará como vice representando a Grande Dourados. Já o secretário Jaime Verruk, também do PSD, terá que adiar seu projeto de disputa eleitoral em 2026.

Do outro lado, confirmada a candidatura de Vander Loubet ao Senado, acredita num retorno de Zeca do PT ao governo ou a esquerda tentaria, mesmo, ressuscitar Fábio Trad?
O deputado federal Vander Loubet tem reeleição praticamente garantida, não irá se aventurar. O deputado Zeca do PT se reelege com os pés nas costas. O Fábio Trad poderá ser o candidato da esquerda (PT) e Simone Tebet terá que decidir seu futuro, caso seja candidata aqui no MS e/ou em São Paulo.

Falando agora de fenômenos eleitorais: o que dizer de Isa Marcondes? Ela dispensa apresentações, não?
Isa Marcondes conseguiu expressivas citações na pesquisa IPEMS ao cargo de deputada estadual em Dourados e municípios circunvizinhos.

Gordinho do Bolsonaro: apesar dos pesares, é o mais chegado ao ex-presidente e fala só o que o “gado” gosta de ouvir. Isso garante a reeleição de Rodolfo Nogueira?
Rodolfo Nogueira obteve índices razoáveis em diversos municípios. Penso que seus eleitores são ideológicos de direita, podendo surpreender nas urnas.

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