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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Simone Tebet, a carta na manga de Lula para desbancar o azambujismo no Estado

No xadrez de Lula em Mato Grosso do Sul, a peça-chave pode não ser do PT, mas da filha de Ramez, pelo PSB de Alckmin

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Pode ser até que aqueles acostumados a lerem, assim en passant, esta manchete, nem se deem ao trabalho de entrar no texto, por acharem um absurdo. “Lá vem o insubordinado com mais uma das suas”, dirão os arautos do nada, plantonistas do banquinho da fofoca na padaria do EveraldoNews. Da mesma forma os asseclas, sobretudo os aspones, inúteis bem pagos na entressafra, só chamados a campo para fazer a ponte entre os portadores da mala preta e os tais cabos eleitorais encarregados da “entrega final” nas periferias em tempos pré-eleitorais. Ops., mas qual é mesmo a pauta do dia? Ao lead, pois!

Em mais um bate-volta a Campo Grande — numa das vãs tentativas de um acordo amigável com Azambuja, tudo, ainda, por conta da censura a ele imposta ao ContrapontoMS lá atrás, quando “profetizei” que seu governo já começava atolado na lama asfáltica de André Puccinelli, processo até hoje travado no STF — fui surpreendido com a informação da presença da ministra Simone Tebet em evento da rota Bioceânica na Fiems. O quebra-queixo com os jornalistas prometia dividir holofotes entre ela e o governador Eduardo Riedel. Como sempre, nem precisei me espremer entre coleguinhas para o tradicional quebra-queixo: a informação que pretendia arrancar dela caiu no meu colo, um dia antes, num happy-hour com uma privilegiada fonte do Palácio do Planalto, com assento no Congresso Nacional.

Entre uma Heineken e outra, a bomba: Lula deve lançar Simone Tebet candidata pelo PSB de Alckmin em Mato Grosso do Sul. Governadora ou senadora.

— Mas não é Fábio Trad o candidato petista?

— Lula precisa dele como deputado federal, rebateu a fonte, sem titubear, para lembrar que o presidente da República é o mesmo que um dia disse que havia no Congresso cerca de 300 picaretas e que para seu quarto governo sonha com uma base de apoio com parlamentares do perfil mais Fábio Trad do que os do famigerado Centrão.

Tento entender a engrenagem. O chefe do PSB no Estado é Paulo Duarte, hoje aliado de Riedel, mas até ontem braço direito de Zeca no PT. Na equação, entra ainda Eduardo Rocha, chefe da Casa Civil de Riedel e marido da ministra. É quando chega a terceira Heineken e, com ela, a frase que muda tudo:

— Estou te falando de Lula, de Simone e de Riedel, não de Azambuja, me garante a fonte.

Tento fazer o contraponto: Mas Riedel é Azambuja desde criancinha, e já disse que não é do tipo “caco de vidro”, tucano que fica em cima do muro.

A fonte quase se engasgou com um quebra-gelo que pediu para fazer um prost em homenagem ao companheiro Wilson Biasotto, que lhe presenteava com umas cachaças raras que trazia de Catanduva, sua terra natal:

— Essa frase aí foi do Riedel ainda tentando se ajeitar na cadeira de governador, que tinha que escolher entre Alan Guedes e Marçal Filho, hoje ele já se apossou da caneta e precisa escolher entre seu futuro governo com Lula, praticamente reeleito, depois dos efeitos do Tarifaço de Trump, e Bolsonaro na Papuda.

O efeito é para deixar embasbacado até o queridinho da poderosa Cecília Zauith — mulher de Murilo Zauith, com seus quinze milhões de motivos para sonhar com a suplência de Azambuja no Senado —, o diligente Waltinho Carneiro, adjunto na Casa Civil de Eduardo Rocha. Porque, se o tabuleiro for esse mesmo, é Riedel, tido até agora como “poste” fincado por Azambuja no Parque dos Poderes, quem pode ser deslocado para uma aliança nacional, enterrando de vez o azambujismo.

— A saideira, que o jogo ainda nem começou!

Enquanto isso, o coronel Azambuja marcou para o próximo dia 12 sua ida para o PL — justo no dia em que seu novo líder, Jair Bolsonaro, deve ser sentenciado por Xandão a uns 30 anos de cadeia por golpe de Estado. Coincidência? Talvez. Ironia? Certamente.

No fim, pode ser que não seja a Lava Jato, a Lama Asfáltica nem os resquícios da JBS. O que pode enterrar o coronelismo de Azambuja é a lama política de sua própria invernada.

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