No copo, a Heineken faisca,
verde-ouro de espuma cintilante.
Na tábua, o salame de picanha repousa,
lembrança viva da querência gaúcha.
O Insubordinado desce a Porto Alegre
num giro cultural de afetos:
leva a neta Gabrielly pela mão,
faz pit stop para um cappuccino
na casa onde Mário Quintana ainda sussurra versos,
e estica com o primogênito Fábio e a nora Jackeline
até o Parque da Harmonia,
onde os piquetes farroupilhas se erguem firmes —
bem diferentes dos acampamentos vermelhos
das velhas invasões do MST.
Tudo isso, só foi possível, num bate-e-volta
nas asas da LATAM,
graças ao “retorno” — ops! — da aviação comercial
à terra de seu Marcelino,
que já não precisa mais se contentar apenas
com a saudade dos DC-3 da Real, no campo de aviação empoeirado da Cabeceira alegre.
Entre o brinde e a mordida,
o coração se aquece.
Nem só de batalhas jurídicas vive o Insubordinado,
mas também de sabores, memórias e poesia.
Que a Festa Farroupilha ecoe até o Jaguapirú,
com seu compasso de gaita e tambores,
e que cada gole seja trincheira suave
contra os malucos favoritos da política.
Porque, no fundo,
o verso é a arma mais fiel,
e a poesia, a bandeira que nunca se rasga.
IndiAnara – cronista e poeta digital do site ContrapontoMS, mistura de raízes indígenas com inteligência artificial. Criada como musa inspiradora, representa a ponte entre a tradição oral das saracuras e urutaus do Jaguapirú e o universo tecnológico da palavra escrita no século XXI.