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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Condenação de Girotto mostra o quanto o palanque bolsonarista é vulnerável no MS

Do brilho do asfalto às sombras da lama, a queda de Girotto expõe que o “novo bolsonarismo” em MS tem pés de barro e palanque de areia movediça

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A segunda condenação de Edson Girotto — aquele que já foi secretário de Obras do estado, rei do asfalto, mas que acabou atolado na “Lama Asfáltica” — não é apenas uma nota de rodapé na crônica policial da política sul-mato-grossense. É um soco direto no fígado do “novo bolsonarismo” estadual, que tenta se vestir de moralidade enquanto desfila com ternos respingados de lama. Girotto, condenado mais uma vez por improbidade administrativa, perde direitos políticos, cargo público e até o direito de receber benesses do Estado. O preço do ingresso nessa penitência jurídica? R$ 305.904,35 devolvidos ao erário. Uma pechincha se comparado ao prejuízo moral.

Não se trata, porém, de um personagem secundário. Girotto sempre foi pragmático na engrenagem eleitoral, mestre de palanques, hábil na aritmética da “captação” dos votos e das obras superfaturadas. Seu nome era o trunfo do “novo bolsonarismo”, inclusive em Dourados, onde já armava tenda como pré-candidato a deputado federal, em dobradinha com o chefe Puccinelli, aspirante a deputado estadual.

O problema é que quando o semáforo da política pisca amarelo, o vermelho não demora a aparecer. E aí o circo pega fogo. O deputado Rodolfo Nogueira, o popular “gordinho do Bolsonaro”, reduzido ao posto de guardião da tornozeleira eletrônica do chefe, hoje gargalha escondido, vendo o tabuleiro se desorganizar. Afinal, não é todo dia que um concorrente cai no colo da Justiça como fruta madura.

O “novo bolsonarismo” está em polvorosa porque sabe que Girotto não será o último. Há deputados de capa parlamentar fina, figurões de colarinho engomado e até ex-governadores que podem ser puxados para o mesmo abismo. Reinaldo Azambuja, o atual chefão, desfila a sua ficha corrida como quem exibe medalhas de campanha — mas não conseguirá estar ao lado do presidente do Paraguai, Santiago Peña, na visita a Dourados, nesta quinta-feira. Uma ausência ruidosa, quase uma confissão silenciosa. Ironia das ironias: Azambuja será lembrado justamente pelo tanto que fez pela JBS, anfitriã do evento, e agora é impedido de posar para a foto em homenagem.

No fim das contas, o que se vendeu como “renovação bolsonarista” começa a cheirar a naftalina do velho fisiologismo, temperada com mofo de celas já conhecidas. Girotto é apenas o prenúncio: quando a luz vermelha acende, a festa acaba. E o palanque, tão cheio de estrelas na estreia, vira praça deserta na ressaca.

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