O presidente dos EUA, Donald Trump, não tocou no nome de Jair Bolsonaro (PL) na conversa que teve com Lula na manhã desta segunda (6). Durante cerca de 30 minutos, os dois conversaram sobre o tarifaço de 50% aplicado pelo norte-americano, a suspensão de vistos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e de autoridades do governo federal e sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. E ainda trocaram elogios.
O nome de Bolsonaro, no entanto, não surgiu em momento algum do diálogo, para alívio e comemoração de ministros do governo Lula que estavam presentes no Palácio da Alvorada quando houve o encontro, feito por videoconferência.
De acordo com um dos ministros, o fato de Trump sequer se referir a Bolsonaro mostra como o tema perdeu importância no governo dos EUA.
Na carta que enviou a Lula em julho anunciando as retaliações ao Brasil, Trump afirmou que tomava as medidas, entre outros motivos, porque Bolsonaro sofria uma perseguição judicial no Brasil.
Depois disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes, sua mulher, Viviane, foram sancionados pela Lei Magnitsky e outros magistrados e autoridades do governo federal tiveram seus vistos para os EUA suspensos.
Ao mesmo tempo, autoridades norte-americanas como o chefe da chancelaria, Marco Rubio, intensificaram os ataques a ministros do STF, especialmente a Alexandre de Moraes.
Autoridades, empresários e parlamentares brasileiros passaram a trabalhar junto ao governo norte-americano para tentar reverter a situação.
Na Assembleia da ONU, no mês passado, Trump e Lula se encontraram por poucos minutos.
Foi o suficiente para que o norte-americano anunciasse uma “química excelente” com o petista e acelerasse um processo de distensionamento entre os dois países. Que teve novo andamento nesta segunda (6), quando Trump telefonou para Lula e ambos conversaram.
Mônica Bergamo/Folha de S.Paulo
