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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Renato Câmara quer bombeiros veterinários

Em estado que abriga o bioma mais emblemático do país, Assembleia aprova indicação que pode criar a figura do Médico-Veterinário Bombeiro Militar. Iniciativa de Renato Câmara amplia o conceito de segurança pública e insere o Mato Grosso do Sul na lógica da “Saúde Única” — onde proteger o ambiente é também proteger a vida

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Num Estado que vive com um pé no asfalto e outro na lama do Pantanal, falar em proteção ambiental é falar de sobrevivência. E foi exatamente isso que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul fez ao aprovar, por unanimidade, a indicação do deputado Renato Câmara (MDB) para a criação da especialidade de Médico-Veterinário Bombeiro Militar no Corpo de Bombeiros. O nome pode parecer técnico, mas o que está em jogo é bem mais amplo: trata-se de uma mudança institucional que conecta segurança, meio ambiente e saúde pública numa só engrenagem — o conceito internacional de Saúde Única (One Health).

Renato Câmara, vice-presidente da Casa, defende a proposta como resposta à realidade dos novos desastres: incêndios florestais, vazamentos químicos, acidentes com fauna, zoonoses e todo o arsenal de emergências ambientais que já fazem parte do cotidiano sul-mato-grossense. “Fortalece o Corpo de Bombeiros e amplia a proteção da vida em todas as suas formas”, resume o deputado. E tem razão: veterinários militares são os profissionais que entram onde o caos é total — do resgate de animais feridos ao controle de riscos sanitários que podem atingir as pessoas.

A iniciativa tem apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MS), do Sindicato dos Médicos-Veterinários (SINDIVET-MS) e da FENAMEV, entidades que tratam o projeto como conquista histórica. Outros estados — Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro — já discutem ou implementam estruturas semelhantes, especialmente depois de tragédias como Mariana e Brumadinho, onde a ausência desses profissionais custou vidas e ampliou danos ambientais.

A diferença é que, em Mato Grosso do Sul, o tema toca fundo: aqui, biodiversidade é política de Estado, não vitrine de discurso. A eventual criação dessa categoria no quadro efetivo dos Bombeiros moderniza a instituição, mas também reposiciona o Estado na agenda ambiental nacional. É a chance de o MS fazer algo que o Brasil raramente faz: planejar antes de apagar incêndio.

A indicação segue agora para avaliação técnica do governador Eduardo Riedel, do secretário de Justiça e Segurança Pública Antônio Carlos Videira e do secretário de Administração Frederico Felini. Renato Câmara promete acompanhar de perto até virar norma. “É uma inovação institucional e um marco de modernização do Corpo de Bombeiros”, afirma. Se concretizado, o projeto não será apenas um gesto administrativo — será um ato simbólico de reconhecimento da vida como sistema interligado.

Porque, convenhamos, em tempos de tragédias recorrentes e discursos reciclados, falar de “Saúde Única” dentro de um quartel é um sopro de inteligência pública. E quem entende o Pantanal sabe: proteger um tamanduá ferido ou um rio contaminado é tão urgente quanto salvar uma casa em chamas.

ContrapontoMS, com assessoria da ALEMS

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