Definida como prioridade pelo PT, junto com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa para o Senado em 2026 começa a ganhar definições na esquerda. A decisão recente do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fixou novas regras para pedidos de impeachment de integrantes da Corte, posteriormente revista, voltou a jogar luz na Casa, que já vinha sendo tratada como carro-chefe pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo diretriz aprovada pela executiva nacional do PT, “o Senado deve ser tratado como prioridade, uma vez que sua composição será determinante para a aprovação de reformas estratégicas”. Para isso, estão na mesa acordos com siglas como PSB, MDB, PSD e PDT. O lançamento de candidaturas próprias vai ser avaliado de acordo com a força dos nomes em cada região, que já vêm sendo testados nas pesquisas.
Entre os bolsonaristas, o discurso de foco no Senado tem como mote um freio às decisões do STF, já que a Casa tem a prerrogativa de aprovar impeachment de ministros da Corte. No início do mês, Gilmar havia determinado, em decisão monocrática, que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia pedir a saída de ministros do Supremo. Após acordo costurado pelo Senado, o magistrado suspendeu pontos da liminar. A Casa encaminhou uma revisão da Lei do Impeachment, de 1950, para o próximo ano.
Aliança com o PSOL
Na esquerda, a situação está mais avançada no Rio Grande do Sul, onde o PT fechou um acordo com o PSOL para tentar eleger o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e Manuela D’Ávila (PSOL) ao Senado nas vagas de Paulo Paim (PT), que anunciou aposentadoria, e Luís Carlos Heinze (PP), senador bolsonarista com apelo no agronegócio. No ano que vem, serão renovados dois terços da Casa, ou seja, cada estado vai escolher dois senadores.
Pimenta comandou um ministério extraordinário criado pelo governo federal durante a crise das enchentes no estado, no ano passado, quando disputou protagonismo com o governador Eduardo Leite (PSD). Manuela foi vice em 2018, pelo PCdoB, na chapa de Fernando Haddad (PT) ao Palácio do Planalto. Nesse meio-tempo, concorreu à prefeitura de Porto Alegre, em 2020, mas foi derrotada por Sebastião Melo (MDB).
O candidato do PT ao governo deverá ser o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. Ele ficou fora do segundo turno na eleição passada por cerca de 2 mil votos, e agora tenta atrair a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT) para a chapa. A neta de Leonel Brizola aparece empatada tecnicamente na liderança das pesquisas com Pretto e o deputado federal Luciano Zucco (PL).
Eduardo Leite tem sinalizado a preferência pelo nome de seu vice, Gabriel Souza (MDB), que já presidiu a Assembleia Legislativa. O próprio governador aparece como adversário mais competitivo ao Senado, mas a candidatura depende da inviabilidade de concorrer, mais uma vez, a presidente da República. Dentro da sigla, o gaúcho concorre contra o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Na direita, os principais nomes para disputar o Senado são os dos deputados federais Marcel Van Hattem (Novo) e Ubiratan Sanderson (PL), além de Heinze, que já reverteu uma situação eleitoral adversa há sete anos para conquistar a vaga.
Na Bahia, a esquerda enfrenta um impasse, que se deve a uma tentativa do PT de emplacar candidatura dupla ao Senado, com o senador Jaques Wagner e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. O problema é que, além de Wagner, outro que terá o cargo em disputa é Ângelo Coronel (PSD), que foi eleito em uma dobradinha lulista em 2018 e faz parte da base do governo.
Caso a estratégia vá adiante, o PSD ameaça fechar apoio ao principal candidato de oposição na Bahia, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), que confirmou sua candidatura ao governo do estado contra Jerônimo Rodrigues (PT), atual chefe do Executivo (leia mais na página 9).
— O nosso partido está na base do governo Lula e não estamos pretendendo fazer nenhuma mudança, a não ser que nos tirem de uma possível união — diz Coronel. — O senador Otto Alencar e o presidente Gilberto Kassab sempre falam que o espaço do PSD deverá ser preservado, então, estou nessa premissa. Não tem por que um partido do nosso tamanho ficar fora de uma chapa majoritária.
Em Pernambuco, hoje, a prioridade é reeleger o senador Humberto Costa (PT). O partido ainda estuda se vai apoiar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ou a atual governadora, Raquel Lyra (PSD), para a eleição ao governo estadual. Campos preside o partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Eduardo Leite tem sinalizado a preferência pelo nome de seu vice, Gabriel Souza (MDB), que já presidiu a Assembleia Legislativa. O próprio governador aparece como adversário mais competitivo ao Senado, mas a candidatura depende da inviabilidade de concorrer, mais uma vez, a presidente da República. Dentro da sigla, o gaúcho concorre contra o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Na direita, os principais nomes para disputar o Senado são os dos deputados federais Marcel Van Hattem (Novo) e Ubiratan Sanderson (PL), além de Heinze, que já reverteu uma situação eleitoral adversa há sete anos para conquistar a vaga.
Na Bahia, a esquerda enfrenta um impasse, que se deve a uma tentativa do PT de emplacar candidatura dupla ao Senado, com o senador Jaques Wagner e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. O problema é que, além de Wagner, outro que terá o cargo em disputa é Ângelo Coronel (PSD), que foi eleito em uma dobradinha lulista em 2018 e faz parte da base do governo.
Caso a estratégia vá adiante, o PSD ameaça fechar apoio ao principal candidato de oposição na Bahia, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), que confirmou sua candidatura ao governo do estado contra Jerônimo Rodrigues (PT), atual chefe do Executivo (leia mais na página 9).
— O nosso partido está na base do governo Lula e não estamos pretendendo fazer nenhuma mudança, a não ser que nos tirem de uma possível união — diz Coronel. — O senador Otto Alencar e o presidente Gilberto Kassab sempre falam que o espaço do PSD deverá ser preservado, então, estou nessa premissa. Não tem por que um partido do nosso tamanho ficar fora de uma chapa majoritária.
Em Pernambuco, hoje, a prioridade é reeleger o senador Humberto Costa (PT). O partido ainda estuda se vai apoiar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ou a atual governadora, Raquel Lyra (PSD), para a eleição ao governo estadual. Campos preside o partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Outra opção é apoiar a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), mas neste caso existe uma indefinição sobre como o MDB vai caminhar no ano que vem, já que no âmbito federal o partido é da base de Lula, mas em São Paulo apoia o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No Rio, também há indefinição na esquerda para o Senado. As pré-candidaturas do ex-deputado Alessandro Molon (PSB) e da deputada Benedita da Silva (PT) perderam força após a megaoperação policial que deixou 122 mortos e que teve forte apoio popular, segundo as pesquisas. Em 2019, o PSB fluminense, presidido por Molon, entrou com a ADPF das Favelas no Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a letalidade policial nas comunidades do Rio. Já Benedita subiu à tribuna da Câmara para criticar a megaoperação.
Hyndara Freitas e Samuel Lima/O Globo
