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Aqui jaz o senador de Dourados

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02/05/2010 – 09:05

Foto: Anita Tetslaff

De todas as frases sugeridas para epitáfios, a que achei mais interessante foi a de Jô Soares, evidentemente, por ele próprio ditada: “aqui jaz Jô Soares, enfim, magro”. Já fiz algumas delas, a última, para meu amigo Harrison de Figueiredo, e quem quiser conferir como resumi a vida deste grande revolucionário é só prestar atenção em sua sempre bem cuidada sepultura, na entrada principal do cemitério Santo Antonio de Pádua, do lado direito, perto do cruzeiro. Sexta-feira passada, sugestionado pela morte do ex-senador José Fragelli, passando pelo posto São Francisco, onde estava estacionado um jipinho de fabricação russa com a foto do atual suplente de senador por Dourados, ex-vereador Eduardo Marcondes, fui logo imaginando na frase ideal para sua lápide. Por razões óbivas, algo mais ou menos assim: “Aqui jaz um quase senador de Dourados”.

De todos os pretensos candidatos de Dourados ao Senado Marcondes é o que chegou mais perto do tão cobiçado salão azul do Congresso Nacional. Primeiro suplente de Ramez Tebet (na ocasião já convivendo com um câncer terrível), Marcondes foi colocado para escanteio antes mesmo das candidaturas serem registradas, quando um problema de inelegibilidade afastou a segunda-suplente, Beti Puccinelli. O ex-deputado Valter Pereira, já a caminho da aposentadoria, foi ressuscitado politiamente, ocupando o lugar de Marcondes, que teve que se contentar com a vaga a princípio reservada à primeira dama de Campo Grande. Tebet morre no meio do mandato e Pereira vira senador.

Agora, às vésperas da convenção peemedebista para a escolha do candidato a senador, cheguei a sugerir a Valter Pereira que se afastasse do cargo para que se desse a Eduardo Marcondes e a Dourados o gostinho de se ter um senador, pelo menos por alguns dias. Ele não topou, dizendo que a estratégia passaria a impressão de fraqueza e que sua indicação pelos convencionais estava no papo.

Antes de Marcondes, João Totó Câmara entrou na disputa, numa eleição em que concorriam também ninguém mais ninguém menos que Wilson Barbosa Martins, Rachid Saldanha Dérzi e Pedro Pedrossian. Só Totó mesmo para peitar tantas feras. João Derli também ousou, depois Egon KKK e até o Bafo de Bode. Entre os demais suplentes, Albino Mendes, como segundo de Levy Dias, ficou oito anos com o terno no guarda-roupas e assistindo às sessões do Senado para que quando lá chegasse não fizesse feio. Celso Dal Lago, suplente de Juvêncio da Fonseca, nem para a posse do titular fora convidado.

Faz dias que não tenho notícias de Murilo Zauith, mas seria muito interessante se ter a certeza, desde já, do que escrever no seu epitáfio: “Aqui jaz o primeiro senador da República da Grande Dourados”.

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