07/07/2011 – 06:07
Prefeito Patácio, primeira-dama Ternurinha e o valente delegado Batoré.
No dia em a queda do ministro dos Transportes Alfredo Nascimento abalou a república dos “retorneiros”, ou dos maquinistas do dinheiro público, como diz o jornalista Montezuma Cruz ao se referir aos desvios de verbas públicas de ferrovias e rodovias, a melhor definição para o momento mais crítico do governo Dilma Rousseff depois da queda de Antonio Palocci veio do prefeito Patácio, da fictícia Brogodó, em Reino Encantado: “Passe a perna em todo mundo pra que todo mundo não passe a perna em tu”, disse, no melhor estilo Odorico Paraguaçu, ao consolar o filho traído, o não menos bem amado prefeito desta que é a Sucupira do século XXI.
Frustrado por não poder inaugurar o tão sonhado gerador de energia elétrica da cidade, embora tenha, evidentemente, embolsado o seu “retorno” e, compartilhando ainda o trauma da realeza de Seráfia (provisoriamente instalada em Brogodó) por causa do fiasco do baile de gala da apresentação da sertaneja Açucena como a reaparecida rainha Aurora, a frase lapidar do prefeito Patácio vem a calhar com o momento de escândalos da política nacional e, particularmente, da Brogodó sul-mato-grossense do pós Valdecir, onde, se a corrupção já campeava pode agora se tornar pandêmica depois da colocação do nosso Batoré (o Xerife Galloni), na “geladeira”, por influência, evidentemente, de alguns dos mesmos “retorneiros” com assento nas duas Casas do Congresso Nacional.
Menos mal que ao cair da tarde, quando a saracura começa a se assanhar, antes dos telejornais locais e do Jornal Nacional, onde é escândalo em cima de escândalo por conta dos famigerados “retornos”, uma novelinha arretada como Cordel Encantado dê aos brasileiros o direito de se deleitar com a sensação de justiça e segurança, senão pelos feitos heróicos do apaixonado delegado Batoré, pelo menos com a dos cangaceiros do coronel Herculano ou com o bando da Alvorada “pelo justo e pelo certo”, de seu filho Jesuíno. Se estes cabras da peste pudessem substituir o xerife Galloni, com certeza não sobrava um “retorneiro” pra contar a história.
