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Os trio que levou um candidato favorito a ser derrotado nas eleições 2014

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27/10/2014 – 16h59

Entenda os motivos que levaram Delcídio do Amaral à derrota e conheça os protagonistas desta história

Depois da derrota, os petistas e toda militância do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul acorda hoje com um único questionamento. Por quê?

Delcídio do Amaral começou a campanha como favorito, ele e sua equipe se consideravam imbatíveis, enquanto Reinaldo Azambuja (PSDB), eleito governador com mais de 700 mil votos, sequer pensava em ser candidato. Neste momento, muitos podem se perguntar, o que houve com PT? Onde estava a militância do partido que se reúne ao redor de Lula, que elegeu com mais 160 mil votos Zeca do PT, ex-governador, a deputado federal neste pleito?

Zeca, talvez ele seja a pista para entender os motivos que derrotaram Delcídio. Quem conhece a história do PT de Mato Grosso do Sul se lembra de que em 2010, quando Zeca saiu candidato a governador do Estado disputando com André Puccinelli (PMDB), Delcídio, que era candidato ao Senado, cometeu o pior dos crimes eleitorais. A traição. O senador de todos não pediu um voto sequer a Zeca do PT e nos bastidores fazia campanha para si e para o candidato ao Senado do PMDB, Waldemir Moka, e, indiretamente, se tornou cabo eleitoral do PMDB o que o ajudou e muito a se eleger, e isso, o PT das ruas, da militância não perdoou. E Zeca, mesmo sozinho, contra tudo e todos, conquistou 42,5% dos votos válidos.

Como se não bastasse um histórico desse, Delcídio não soube compreender que precisava formar uma equipe competente, experiente politicamente e de credibilidade. O senador se deixou levar pelo encantamento do marketing eleitoral ao estilo Rio-São Paulo, e se esqueceu de que em Mato Grosso do Sul, alianças e apoio político valem mais que um bom e moderno programa eleitoral.

Delcídio escolheu errado seus coordenadores de campanha. Pedro Chaves, suplente de Delcídio no Senado, nunca coordenou uma campanha política e estava mais preocupado em ocupar uma cadeira em Brasília, tanto que, segundo fontes, estava com adesivos “Pedro Chaves Senador” prontos.

Além de Chaves, o senador de todos, escolheu Antonio Carlos Biffi, Gildo Oliveira e alguns assessores para dialogar com as lideranças políticas do interior e da Capital. Qualquer um que acompanhe um pouco o cenário político local, sabe que Biffi não possui nenhuma habilidade para dialogar com a classe política, não desfruta da confiança da classe política, nunca conseguiu articular alianças nem firmar acordos em nome de Delcídio. Basta observar a postura de Biffi para entender o porquê ele não é lavado é sério nem mesmo dentro do partido.

Gildo, hoje presidente do PT em Campo Grande, mas com pouquíssima experiência política, não conseguiu desempenhar papel de coordenador de campanha, não conseguia conversar com aliados. Aliás, a equipe de Delcídio não soube tratar seus aliados de forma adequada. Nenhum dos partidos da coligação Mato Grosso do Sul Com a Força de Todos pode dizer que estavam a contento com o tratamento que recebiam de Biffi, Gildo, Pedro Chaves e do próprio senador. Tanto que, ao longo da campanha, não foram poucas as reclamações de aliados. Algumas abertas à imprensa e à população, muitas entre corredores. Fato é que Gildo e Biffi não conseguiram conquistar a confiança dos partidos aliados a Delcídio.

Prova disso é que mesmo com PCdoB, PDT, PPL, PR, PROS, PRP, PSDC, PSL, PB, PTC e PV, Delcídio perdeu. Ele conseguiu a maior coligação numericamente, com nomes importantes dentro da política sul-mato-grossense, mas mesmo assim, sua equipe, Biffi, Gildo, Chaves e outros “assessores-coordenadores”, não conseguiram construir uma candidatura forte, estável, confiável ao redor da figura do senador, e a traição de 2010 pesou, principalmente entre a militância, que se comoveu ao ver Zeca passar uma borracha por tudo isso e ir para as ruas diariamente, adesivar carros, pedir votos para Delcídio, para o PT.

Delcídio confiou demais na sua imagem de senador de todos, confiou e deu muito poder a pessoas que não sabiam nem seguir ordens, muito menos negociar acordos, confiou no marketing pelo marketing e deixou as ruas, não pediu, humildemente, ajuda aos militantes no momento certo. E a militância sentiu isso, talvez um certo deslumbramento por ser o favorito, por ter ao redor de si tantas pessoas elogiando, iludindo, não trabalhando como deveria ser. Os números não mentem, e ontem, foi provou-se que um passado inglório, e uma equipe descredibilizada e sem competência não elegem ninguém.

Heloísa Lazarini/MS Notícias

Pedro Chaves, Antonio Carlos Biffi e Gildo Oliveira

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