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domingo, maio 5, 2024

Deputado Rodolfo Nogueira dá um nó na sucessão do prefeito Alan Guedes

Deputado anuncia a vinda de Bolsonaro para fazer "o chão tremer em Dourados"

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Na entressafra do processo eleitoral, período em que, com partidos definidos os candidatos aguardam as negociações dos caciques – os de Campo Grande, principalmente – para saber quem fica com quem após as convenções do meio do ano, quando tudo parecia correr para uma polarização entre o prefeito e candidato a reeleição Alan Guedes e um candidato tucano ou do entorno do “azambujismo” estadual; o PT do presidente Lula correndo por fora com o professor Tiago Botelho, eis que o deputado Rodolfo Nogueira tira uma carta da manga que pode mudar toda a estratégia do jogo: com o nome de ninguém mais ninguém menos que o de sua esposa, Giane Nogueira, até aqui apenas cogitada como pré-candidata a vice-prefeita. Do próprio Alan Guedes ou do vice-governador Barbosinha. Mais, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem o casal douradense goza de intimidade familiar.

Essa reviravolta se deu no último final de semana, quando Rodolfo e Giane Nogueira foram até o Rio de Janeiro para apoiar mais uma manifestação bolsonarista “contra a ameaça de implantação de uma ditadura de esquerda no Brasil”. Além de tomar “café com o presidente” e de pegar carona com ele no mesmo carro do hotel em que estavam até a praia de Copacabana, onde aconteceu o comício, Rodolfo “arrancou” uma fala do ex-presidente para uma live na internet. De viva voz, Bolsonaro  prometendo vir a Dourados nos próximos dias, com Rodolfo avisando, ao final, que “o chão vai tremer”, deixando a incógnita se é pelo simples fato de seu “mito” vir para visitar a Expoagro, onde o locutor de rodeios Sidney Correia costuma repetir o mesmo bordão ou se já é uma tentativa de chamar o público evangélico para a campanha da esposa, já que a expressão é também um sucesso na playlist gospel.

Com isso, a sucessão municipal em Dourados vai se avizinhando como uma verdadeira batalha campal, com múltiplos atores e interesses em jogo. A expectativa de uma disputa entre o atual prefeito Alan Guedes e o PSDB já era intensa, mas agora, com este “fato novo” a dinâmica política da região ganha novos contornos.

Mesmo outsider na política, Giane Nogueira é uma ameaça real a tudo o que está colocado até aqui, obrigando uma revisão de conceitos, o refazimento de contas – principalmente das famosas cabeças de bois de seu Zé Teixeira – e esperar a poeira abaixar para gastar dinheiro com novas pesquisas, já que a dança dos números será, inevitavelmente, das mais significativas. Não bastasse o impulso com o apoio de Bolsonaro, nesse momento efervescente da política nacional, o significativo apoio do sempre tão paparicado público evangélico e, claro, do agronegócio.

A primeira grande mexida, a da “boiadeirama”, que ensaiava lançar o ex-presidente do Sindicato Rural, Issao Iguma, como candidato a vice numa hipotética chapa encabeçada pelo tucano Marçal Filho. A segunda, no palanque de Alan Guedes, para onde a senadora Tereza Cristina prometia levar a outra metade dos boiadeiros e sojicultores. Além do peso como parlamentar aliada do prefeito, não só por ser do mesmo partido, mas pelo tanto que tem ajudado a alavancar a administração no Congresso Nacional e a alinhavar politicamente sua recandidatura, mas também pela condição, já, de presidenciável para 2026, exatamente pelo prestigio como ministra da agricultura do governo Bolsonaro.

Nesse contexto, o prefeito Ala Guedes pode, ainda, se beneficiar da pulverização dos votos entre os diversos candidatos, aproveitando-se da força da máquina administrativa e de sua base de apoio já estabelecida. Em que pese a velharia da política local – aí incluídos “uraganos” e afins – no palanque do entorno tucano, Alan Guedes precisa sair da toca, rasgando o script do novo, que não cola mais, para aproveitar o momento (embora tardio) da “fazeção’ de sua administração, como diz o grande estadista FHC, se quiser ganhar mais quatro anos.

Outro que pode mudar de posição no gráfico das pesquisas com a vinda de Bolsonaro para a campanha é o professor Tiago Botelho, já que isso obrigaria também o presidente Lula a fazer o mesmo, tendo-se, aí, sim, uma eleição federalizada, como vem prevendo o ex-vice-governador Murilo Zauith, todos os sábados, em seu banquinho cativo na padaria por onde ele garante que a eleição passa, obrigatoriamente. Depois do discurso em sua recente visita a Campo Grande, por mais terra para os índios de Dourados, olhe lá se Lula não aproveitar para dar uma esticada até a terra de seu Marcelino com a desculpa de assinar a escritura de desapropriação da fazenda de seu amigo José Carlos Bumlai (Usina São Fernando), já que os índios a que ele se referiu são exatamente os desaldeados daquela região.

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