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A maldição da “mão do Braz”

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19/06/2015 – 15h47

Nessa miragem de rota bioceânica que chegou a alentar o sonho dos douradenses mais otimistas de um dia ouvirem, pelo menos ao longe, o apito de alguma locomotiva carregada de soja rumo a Iquiqui ou Arica, no Chile, para daí ganhar o Pacífico e chegar à Ásia em condições mais vantajosas, não tem como não retornar a um tema que para esses mesmos douradenses e seus vizinhos também passou a ser uma miragem, já que cada vez parece mais difícil se transformar em realidade outro sonho – o da eleição de um governador ou de senador. A propósito do retorno à baila desse assunto – uma desesperada tentativa do (des)governo Lula/Dilma de desviar as atenções dos brasileiros das denúncias de corrupção que nunca antes na história abalaram tão perigosamente as estruturas da República – nada melhor do que a fala de quem mais entende do riscado para contextualizar a situação de total esquecimento a que foi relegada a Grande Dourados, já que desde que o Estado foi dividido sempre houve o paralelo entre Dourados e Rondonópolis. Recorde-se que antes da divisão do Mato Grosso este paralelo do então futuro celeiro do Brasil (com terras só igualadas à da Ucrânia como as mais férteis do mundo) era com o Norte do Paraná, com Dourados equiparada à Cascavel.

E isto não é um delírio do blogueiro político que não entende patavinas de economia, mas que como despretensioso viajante não se cansa de invejar a voracidade da serpente paranaense que engoliu áreas de plantações de soja do entorno de Cascavel, há tempos, já, uma galopante metrópole. Mais, como bom cervejeiro, que inveja também dos rondonopolitanos, livres de cerveja chacoalhada por milhares de quilômetros em carroceria de caminhão, pois que têm o produto direto da fonte, pelo menos os uma das marcas mais famosas, ali instaladas. Sem falar do intermodal ferroviário que colocou Rondonópolis na estratégica condição de maior corredor de exportação de grãos do país.

Ah, o cara que entende do riscado, e que discursou semana passada no senado, espinafrando a tal bioceânica? Blairo Maggi, quem mais poderia ser! O paranaense que passou reto por Dourados com a família, numa época em que o preço das terras no Mato Grosso era mais atraente. E que não demorou, destronou o recém-falecido Olacir de Moraes como rei da soja. Como Blairo virou senador, p-o-r Rondonópolis? De carona, aproveitando-se de alguns meses em que, como suplente de Jonas Pinheiro ficou em Brasília, tomando gosto pela política partidária. Antes dele, que também já foi governador, Rondonópolis já havia feito seu prefeito Carlos Bezerra também senador e governador. E, agora, outro suplente, José Medeiros, efetivado na vaga de Pedro Taques (eleito governador).

Dourados, enquanto isso, bateu na trave com Zé Elias, que só perdeu o governo para Wilson Martins por conta de uma conjuntura política nacional desfavorável. Para o senado, tentou com João Totó Câmara, Egon KKK, Murilo Zauith e até Bafo de Bode. Teve, por oito anos, Albino Mendes como segundo suplente de Rachid Saldanha Dérzi e Celso Dal Lago como primeiro suplente de Juvêncio da Fonseca. Celsão chegou a comprar o terno para a posse, diante do juramento solene de André Puccinelli de fazer Juvêncio, primeiro, governador do Estado, depois prefeito de Campo Grande. Agora o mesmo Celsão está, de novo, primeiro suplente. De Simone Tebet. Como filho de peixe peixinho é, a exemplo do pai, senador Ramez Tebet, ela pode virar governadora, ou ministra. Isto não acontecendo, cabendo a Murilo Zauith desenterrar o tal sapo lá debaixo da estátua de Antônio João, antes que os douradenses comecem a amaldiçoar a “Mão do Braz”, nosso monumento maior, pela crença de que o seu significado possa ser mesmo o do stop para os que chegam, o que originou a infeliz piadinha do “chega de gaúcho”.

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Monumento ao Colono, conhecido como a

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