15/11/2015 – 15h58
Mesmo absolvido no famoso processo da máfia da publicidade, acusada de fazer uma verdadeira orgia com milhões e milhões desviados de seu governo, o deputado federal Zeca do PT, desde que, claro, tivesse o mínimo de pudor, deveria se sentir constrangido para criticar atos de corrupção de quem quer que seja. Tudo bem que o petista – acusado de forma contundente pelo Ministério Público, com base em declarações de um didatismo impressionante da operadora do esquema na Casa Civil – foi beneficiado pelo mesmo sistema judiciário que vem dificultando a ação da Polícia Federal para pôr as mãos em seu amigo e companheiro de biritas, chefe do maior escândalo de corrupção da história do País, o falastrão Lula da Silva. Não só pelo mensalão, mas, principalmente, pelo petrolão.
Muito interessante agora, aproveitando a onda de derrapagens na lama asfáltica e se fazendo de bobo, como se isso jamais tivesse acontecido em seu governo e nos anteriores, vir Zeca do PT, demagogicamente, considerar estranha a ação da Justiça por não pegar o cabeça da quadrilha, que, para ele, assim como para toda a torcida do Corinthians, deve ser seu sucessor André Puccinelli. E, cá pra nós. Considerando-se que este repentino surto de honestidade do homem de Murtinho nada tenha a ver com a briga intestina entre ele e seu figadal adversário; que Zeca não esteja apenas querendo uma caroninha inimiga para tentar se eleger prefeito de Campo Grande, neste momento da política brasileira, quem, no ou do PT teria moral para falar em corrupção?
Lembrando que o Ministério Público que agora põe no xilindró os expoentes quadrilha da lama asfáltica é o mesmo que queria prender também a máfia da propaganda do governo estadual petista. Com a diferença, apenas, de que talvez o advogado Newley Amarilla tenha sido um pouco mais competente em suas chicanas do que todas as bancas que dividem os poderosos clientes muitíssimo bem aquinhoados durante o governo André Puccinelli para, agora, fazerem a blindagem do “chefe”. Ou será que Zeca do PT não consegue ou não quer ver que prender Giroto, para salvar André, aqui, é o mesmo que prender Zé Dirceu para salvar Lula, lá?
Ah, mas André Puccinelli está sendo acusado de ter adquirido quinze fazendas, além de “otras cositas”, tudo em nome de laranjas. Será que Zeca do PT se esquece do, à época, incessante burburinho de sua sociedade com a distribuidora de combustíveis Taurus, tanto que teria chegado a reclamar seus dividendos, numa reunião com amigos “donos” da Fronteira, e do monopólio da Campina Verde na compra e venda de cereais graças ao generoso regime especial de seu governo? Perto disso tudo seriam módicos os números – cerca de R$ 120 milhões – que teriam sido desviados da Casa Civil, segundo os números destrinchados pela servidora Ivanete Martins durante gravação com Adair Martins, do Jornal Folha do povo. Roubalheira, que segundo a delatora, era do conhecimento do próprio Zeca, que teria arbitrado o desvio de não mais que cinco por cento, mas que chegava a dez e até vinte por cento, para atender não apenas o sempre ávido primeiro-sobrinho Vander Loubet, o “Frances”, como também para ajudar na eleição da “cumpanheirada”, alguns até fora do Estado – e ela cita um do Mato Grosso que levou “duzentos paus” – e, pasme, até para tirar outros da cadeia.
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