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De Jânio Quadros a Delcídio do Amaral

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04/12/2015 – 14h12

Mesmo com Dilma Rousseff e Eduardo Cunha já no centro do ringue para a grande final da interminável luta contra a corrupção brasileira agravada com ascensão do lulopetismo ao poder, não podemos nos esquecer de que há um senador da República nocauteado e, pior, abandonado pelos companheiros. Sobretudo porque é um senador do Mato Grosso do Sul, estado historicamente traumatizado pelos grandes fiascos de suas mais expressivas lideranças. Por tudo que já escrevi aqui, talvez sendo o caso de voltarmos a refletir sobre a possibilidade de uma reanexação ao velho Mato Grosso, já que parece ser mais maligna do que se pudesse imaginar a tal vingança dos cuiabanos, sempre contrários à divisão.

Nunca li nada a respeito, mas será que Vespasiano Martins e outros divisionistas históricos, como o agrimensor douradense Waldomiro de Souza, que de tão apaixonado pela causa deu ao filho o nome de Matogrossense do Sul Brandão de Sousa, não andaram caçoando dos cuiabanos por terem dado ao Brasil um presidente da República tão molenga e de fala fina como Eurico Gaspar Dutra? Ou quem sabe por alguma censura, por mais velada que fosse, aos “feitos” de Filinto Muller como chefe de polícia da ditadura Vargas, embora o padrinho político de Moacir Barreto de Souza (o ex-vereador Lamparina) tenha se “reabilitado” durante o regime militar, chegando à presidência do Senado?

Vingança cuiabana ou não, os fiascos começaram antes mesmo da criação do Mato Grosso do Sul, quando, em 25 de agosto de 1961, o campo-grandense Jânio da Silva Quadros tomou um porre e renunciou à presidência da República, imaginando poder voltar dali uns dias nos braços do povo. Além dos fiascos, algumas tragédias, como a morte de Weimar Torres, tal qual o cuiabano Filinto Muller, em desastre aéreo. Segundo o guru político João Leite Schmidt, com Weimar a história do Mato Grosso do Sul poderia ter sido outra, já que o eloquente deputado federal douradense teria potencial para deixar Pedro Pedrossian na poeira. Depois, a morte, no auge da cena política, do três-lagoense Ramez Tebet, que a exemplo do aquidauanense José Fragelli, além de fazer história como governador, senador e presidente do Senado foi também ministro da Integração Nacional.

Triste sina. E nem poderia ser diferente, para um estado que nasceu sob o signo de violenta contenda política, com os senadores Mendes Canale e Rachid Saldanha Dérzi se engalfinhando para puxar o tapete de Pedro Pedrossian, ex-governador do velho Mato Grosso e ungido do Planalto para ser o primeiro governador do novo Mato Grosso do Sul. E tudo, já ali, por conta de denúncias de corrupção que pesavam contra Pedrossian, não como governador, mas de sua gestão como engenheiro-chefe da Noroeste do Brasil. Com os mato-grossenses do Sul enfastiados depois do mico do deputado Ari Rigo entregando a classe política e o judiciário de mamando a caducando, sem que nada tivesse acontecido, aí vem o escorregão fatal de André Puccinelli na lama asfáltica que sobrou do furacão uragânico. E agora, repetindo Rigo, mas dando mais azar, para fechar (e que assim seja!) com “chave de ouro”, o ineditismo republicano da prisão, por corrupção, do único que com poderia rivalizar com Puccinelli neste pódio – o senador, petista de ocasião, Delcídio do Amaral Gomez.

Ps – Em caso de devolução, se é que os mato-grossenses vão aceitar, com um bilhetinho de Reinaldo Azambuja pedindo desculpas a Pedro Taques.

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O presidente Jânio Quadros e o senador Delcídio do Amaral

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