22/02/2016 – 10h38
“Não tenho tara para esse negócio de ser prefeito“.
Marçal Filho, nos autos do processo da Uragano.
Antes de entrar no assunto propriamente dito, em que pese a defasagem de tempo provocada pelos dias em que fui obrigado a sair de cena por causa dos tais plexos venosos, uma explicaçãozinha básica a respeito da navegação neste espaço, até porque vira e mexe me deparo com este tipo de questionamento. Por exemplo, na quarta-feira, às 9h38, na coluna “Rapidinhas”, escrevi que enquanto Geraldo Resende fica nesse nhenhenhém de retorno ao ninho tucano; Délia Razuk fica esperando abrir a janela da esperança de Londres Machado, Elizio Brites fazendo selfies no escritório, o comandante Renato aguardando o teco-teco de Barbosinha decolar para atropelar com o Malibu Matrix de Zauith e o faz de tudo do prefeito, Wanderlei Carneiro, percorre cerca de 150 km por dia, coordenando os tapa-buracos na cidade, vistoriando as vicinais e pedindo votos, claro. Veja que não citei Marçal Filho.
Quando foi 13h46, na mesma quarta-feira, uma manchete caiu com uma “bomba”: PSDB lança Marçal e joga ducha de água fria nas pretensões de Geraldo Resende. Surpresa, aliás, só para quem não conhece o estilo do blog, diante da clara evidência de uma informação “chupada” de outro site, mas que pela relevância não poderia deixar de ser dada. Mesmo assim, deitado, escrevi lá nas mesmas rapidinhas, às 15h35, que “aí tem”, pelo óbvio da coisa de que o famoso radialista nada mais deve estar querendo (o gerúndio é o único jeito de evitar mais processos!) do que valorizar seu passe – à época em que era deputado federal estipulado em R$ 2 milhões.
Agora, o Blog. E é aqui que o bicho pega. Da saraivada de críticas nas redes sociais por pôr de novo a cabeça para fora a que melhor define a situação de Marçal Filho é a do mais lídimo representante do distrito de Picadinha, o advogado e pensador político José Tibiriçá. In verbis, como escreveria José Vasconcelos: “Marçal já passou, ele não é humilde, esqueceu-se que nasceu na Vila Matos (…) não tem cheiro de povo”, para acrescentar que há anos passa à pé em frente ao famoso prédio das Araras e não consegue ver o ídolo das secretárias do lar.
Este é Marçal Filho. Tirante seu fiel escudeiro Bronca, pouca gente (dir-se-ia até que nem mais Keliana Fernandes) sabe o que faz ou por onde anda o ex-deputado peemedebista de retorno, também, ao ninho tucano, antes ou depois do período em que atravessa um pequeno túnel escuro, enclausurando-se em seu estúdio de rádio para fazer o que mais gosta – dar seu prolongado “alô você”. Fora isso, saiu dali, nem bom dia para o que restou de sua legião de pobres ouvintes e fãs dos áureos tempos.
Abri este texto com a pra lá de comprometedora frase em que Marçal Filho diz de sua falta de “tara para esse negócio de ser prefeito”, isto quando da tentativa de achaque (R$ 2 milhões de reais) ao então prefeito Valdecir Artuzi, porque é a mais emblemática e certamente a que seria a martelada pelos adversários em caso de sua eventual entrada na disputa pela cadeira do prefeito Murilo Zauith. Mas isso foi lá nos tempos da Uragano. Depois, quando derrotado em sua última tentativa de retorno à Câmara Federal, em 2014, ele foi além: “Eu, Marçal Filho, não serei candidato a mais absolutamente nada. Estou fora da política. Eu quero que gravem e me cobrem”. Só pode ser mais um deboche do governador-censor, o Azambuja. Depois de nomear o mensaleiro da Assembleia Valdenir Machado como “governador regional”, querer enfiar Marçal Filho goela abaixo do eleitor como prefeito de Dourados.
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