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A mais nova geração perdida para a política

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19/07/2021 – 10h00

Eleito com o discurso e a promessa do “novo”, Alan Guedes já é a maior decepção da história

O maior escândalo político do Mato Grosso do Sul – as operações Owari/Uragano –, pouco mais de dez anos atrás, açambarcou aquela que prometia ser a mais promissora safra política de todos os tempos da terra de seu Marcelino. Passada a tormenta, Murilo Zauith assumiu provisoriamente o leme do barco deixado à deriva por Ari Artuzi, mas, frustrado porque aqueles com os quais sonhava para o lugar que ele nem pensava mais ocupar ou para a representatividade douradense na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional haviam sido banidos da vida pública por terem ido com muita sede ao pote da corrupção. Como sempre depois da tempestade (Délia Razuk) vem a bonança, eis que Alan Guedes pintava como o novo salvador da pátria, e tudo porque o sempre tinhoso eleitor douradense não atentou para o detalhe da falta de lastro do jovem presidente da Câmara, um artista, apenas, muito bem dirigido pelo colunista social Alfredo Barbara Neto.

Mas, diga-se, além de sortudo, um artista topetudo, o jovem prefeito Alan Guedes, bastando olhar para a história, para o vácuo até hoje deixado por figuras históricas como João Totó Câmara e José Elias Moreira, o primeiro o maior líder político o segundo até aqui o maior prefeito que a cidade conheceu, que deixaram a terra adubada para herdeiros do porte de Braz Melo, George Takimoto, Murilo Zauith, Roberto Razuk, Valdenir Machado, Walter Carneiro e os irmãos Humberto e Zé Teixeira, com Laerte Tetila e João Grandão fazendo o contraponto à esquerda, daí à impetuosidade de Ari Valdecir Artuzi, o maior fenômeno eleitoral por aqui surgido, tanto que era de seu grupo e de seu entorno aquela geração onde despontavam José Carlos Cimatti, com o DNA político do velho coronel político Juca de Matos, Júnior Teixeira, Sidlei Alves, o abençoado de Murilo Zauith; Zezinho da Farmácia, o preposto de Reinaldo Azambuja em Dourados; Aurélio Bonato, Marcelo Barros, todos, entre os doze vereadores presos e cassados, favas contadas para a Assembleia Legislativa ou Congresso Nacional. Além deles, Geraldo Resende e Marçal Filho, sobreviventes, mas, fortemente chamuscados por aqueles escândalos, embora com as primeiras senhas para a sucessão municipal, de lá pra cá meros coadjuvantes do processo, principalmente com a entrada no jogo, mais recentemente, dos deputados José Carlos Barbosinha e Renato Câmara.

Em vez de olhar também para a história, diante de sua agora constatada pusilanimidade, fazendo a lição de casa, como, por exemplo, Luiz Antônio Gonçalves, que se limitou a segurar as pontas da herança deixada pelo chefe político que o elegeu, ninguém menos que Zé Elias, Alan Guedes parece estar se espelhando politicamente na estratégia desastrada de Braz Melo. Não se esquecendo que o carismático Braz, que vem aí embolado com Murilo e Tetila como um dos grandes administradores desses últimos tempos, pecou pela soberba, jogando tudo fora quando escanteou seu principal aliado político, o então deputado Valdenir Machado, deixando de fazer seu sucessor e perdendo chance de virar governador.

O problema todo, no caso de Alan Guedes, é que o buraco parece mais embaixo, daí a frustração e a indignação. De eleitores, de adversários e até dos mais íntimos aliados e colaboradores. Diante do “flagra” dos “insubordinados” da imprensa em sua farra da publicidade com Alfredo Barbara Neto com o dinheiro da câmara municipal, qualquer que fosse o prefeito já teria tomado uma atitude. No “melhor” estilo Bolsonaro, que fosse. Com todo o seu desajeitado estilo, Bolsonaro não titubeia, não leva em conta a intimidade que tem ou a popularidade de um ministro como Luiz Henrique Mandetta ou do calibre de um Sérgio Moro, muito menos conta quantas estrelas tem um general ao menor sinal de que a coisa não está indo bem.

Daí à foto que ilustra este texto, mandada ao blog por um “passarinho” infiltrado. Como se vê, a relação entre Alan Guedes e seu guru Alfredo Barbara Neto tem um algo mais. Muito mais do que de uma relação política, institucional ou de competência. É o público misturado com o privado. É o “diário MS”, de Alfredo Barbara, jornal cuja bancarrota foi evitada pelo Alan Guedes presidente da câmara, escandalosamente adornando o gabinete do prefeito. Um mimo do colunista social cuja especialidade sempre foi bajular os poderosos de plantão, que fez isso com outros eleitos, mas jamais merecendo tamanha honraria. Um mimo do chefe de gabinete, o próprio Barbara, cuja função não se limita ao cuidado com a agenda do prefeito, mas, extrapolando, para priorizar os ditos “terceirizados”.

Com Alfredo Barbara e todo seu time nos melhores cargos da estrutura governamental cuidando dos repasses não apenas da verba da comunicação ao famigerado consórcio de veículos aliados, como também de “otras cositas más”, como a Cultura, o que esperar dessa nova geração que sonhou com o tão decantado “novo” projeto político com Alan Guedes? Henrique Sartori, a propósito da foto, o mais notório entre os “sonháticos”, que desceu da Esplanada dos Ministérios em Brasília para chefiar o governo e que não consegue impor-se nem mesmo na área de sua especialidade, que é a Educação? E o idealista vice-prefeito, Guto Moreira? Aliás, por onde andará o dr. Guto nesses tempos pandêmicos? Como se diz no jargão popular, se não tomarem tino, vão todos para braquiária. A mesma braquiária que sobrou para José Caros Cimatti, Júnior Teixeira, Sidlei Alves, Zézinho da Farmácia, Aurélio Bonato e Marcelo Barros. Por isso, a mais nova geração perdida para a política.

Alan Guedes e o secretário de governo Henrique Sartório. Ao fundo, um quadro com a capa do

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