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sexta-feira, abril 26, 2024

Os eflúvios do Pantanal na guerra sucessória estadual

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A semana que era para ter começado tensa por conta do afunilamento dos prazos de desincompatibilizações para quem pretende ser candidato nas eleições de outubro próximo teve uma providencial pausa na guerra de bastidores, tudo por conta da inauguração do Aquário do Pantanal, rebatizado pelo biólogo Eduardo Riedel de Bioparque Pantanal. Pra começo de conversa, a inesperada presença, na cerimônia de inauguração, do “pai da matéria”, o ex-governador André Puccinelli, em cujo governo, há onze anos, a obra foi iniciada. Um gesto de grandeza do governador Reinaldo Azambuja, que inclusive franqueou a palavra a seu antecessor, e provável sucessor, dependendo do que vai rolar daqui para a undécima hora do próximo sábado, o dia D. Por exemplo, se o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, provar que é tão macho quanto o governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite, que confirmou a renúncia ao cargo ontem, para disputar a presidência da República. Outra macheza que vai fazer aumentar o consumo de ansiolíticos daqui para sábado, a do governador Reinaldo Azambuja. Renuncia ou não?

A Murilo o que é de Murilo – Outra atitude digna dos maiores encômios (alas!) na inauguração do Aquário de Puccinelli foi a fala de Eduardo Riedel enaltecendo o trabalho do vice-governador Murilo Zauith enquanto seu antecessor na Secretaria de Infraestruturura, desentranhando as questões jurídicas e processuais que envolviam a obra, que já começava a figurar na lista dos maiores elefantes brancos do Brasil.

Xodozinho – Para quem está chegando agora, Murilo Zauith encarou o término das obras do Aquário do Pantanal como uma questão de honra, quando assumiu a secretaria de Infraestrutura do estado. Não fosse essa determinação e o governador Reinaldo Azambuja teria deixado para traz o item mais importante de sua meta de governo “obras inacabadas zero”.

Sem bravatas – Conhecendo e estilo língua solta de seu antecessor, o governador Reinaldo Azambuja fez valer o protocolo, para um evento de tamanha grandiosidade. Discursos, só lidos, o que fez André Puccinelli limitar-se a falar de seu estilo visionário de governo e da emoção por participar da entrega da obra mais emblemática de seus dois governos. Mesmo assim, artista que é, um dia após a tumultuada premiação do Óscar pela Academia de Artes e Ciências de Hollywood, foi quem mais faturou politicamente. Se deixassem, não seria de duvidar que aproveitasse para pedir votos para seu retorno ao governo.

Casquinha – Por enquanto o principal oponente de André Puccinelli na corrida sucessória estadual, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, não teve a mesma delicadeza de seu adversário. Com direito a aparição na generosa cobertura que a TV Morena deu ao evento, destoando, ali também das falas serenas de Azambuja, André e Riedel, Marquinhos tentou vender seu peixe, relembrando os embaraços decorrentes de denúncias de corrupção que provocaram o atraso de tantos anos na entrega do Aquário. Claro, uma tentativa de constranger muito mais a Puccinelli do a Azambuja, que pegou o bonde andando.  

Cascão – Se Marquinhos tentou faturar politicamente no telejornal de maior audiência da TV de seu Zahran, Eduardo Riedel deitou e rolou em horário mais nobre ainda, durante a estreia do tão esperado remake da novela Pantanal. Como se trata de horário para difusão de propaganda programática do partido, não de propaganda eleitoral propriamente dita, o tucano Riedel estreou falando de temas leves, como o empoderamento das mulheres no governo Azambuja. De qualquer forma, para um tucano, nadando bonito entre os peixes do Aquário de Puccinelli que ele também ajudou a terminar.

Perdido no espaço – O Aquário do Pantanal é uma coisa tão deslumbrante que deixou embasbacado um – pelo jeito – iniciante repórter de um consagrado portal de notícias de Campo Grande. Pra começo de conversa, seu cinegrafista não sabia para onde apontar a câmera, que tonteava o internauta. E a narração se limitava falas evasivas sobre os “peixinhos” e à beleza do ambiente. Menos mal que, paralelamente a isso, o veterano Og Ibrahim mandava muito bem em suas lives, descrevendo com imagens e informações condizentes com a real dimensão do espaço.

Plágio – “Muito prazer, eu seu Eduardo Riedel”. O candidato do establishment não plagiou apenas a senadora Simone Tebet, que assim se apresenta no programa do MDB em rede nacional, como candidata a presidente da República. Copia também Delcídio do Amaral, o ex-senador petista que, mesmo acostumado ao infernal calor pantaneiro jamais abria mão de uma camiseta por debaixo de suas usuais camisas azuis de mana longa. Riedel até abusou da moda delcidiana, aparecendo na telinha com uma camisetinha (ou seria pijaminha?) por debaixo até de uma refrescante camisa polo amarelinha.

Traço de audiência – Ao se apresentar, formal e literalmente, no programa de propaganda partidária, Eduardo Riedel tenta consolidar o esforço hercúleo de sua onipresença na mídia radiofônica e televisiva estado afora nesses tempos em que tentou alavancar sua pré-candidatura ao governo do estado. Nunca antes na história um candidato teve tanto espaço. Menos mal, até porque nunca antes na história também um governo do estado teve tanto a mostrar.

A ponta do iceberg – A denúncia feita hoje pelo jornalista Marcos Santos em sua coluna Malagueta, a respeito de cobrança de “pedágio sexual” na secretaria de Obras da prefeitura de Naviraí pode ser apenas o início do desmonte de um grande esquema de corrupção não apenas em Naviraí, mas em várias prefeituras da região. A informação que corre nos bastidores é de que a Operação Uragano, que prendeu cerca de sessenta pessoas em Dourados, entre prefeito, vice, vereadores, secretários, empresários e empreiteiros seria café pequeno. Tudo, de novo, no âmbito da Polícia Federal.

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