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sexta-feira, abril 26, 2024

Exército critica TSE por excluir militar de comissão e decide não indicar substituto

Coronel foi retirado da equipe que inspeciona código-fonte das urnas por publicar notícias falsas a respeito do sistema eleitoral em suas redes sociais

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O Exército informou, nesta quarta-feira, que não indicará um nome para substituir o coronel Ricardo Santana no grupo de técnicos do Ministério da Defesa que faz a análise dos códigos-fonte das urnas eletrônicas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em nota divulgada em seu site, a Força critica a decisão da Corte Eleitoral de excluir o militar da comissão de fiscalização, dizendo que o descredenciamento foi baseado em “apuração da imprensa” e de “forma unilateral”.

Na segunda-feira, em ofício dirigido ao ministro Paulo Sérgio Nogueira, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, informou que o militar seria retirado do grupo. A posição foi adotada após a divulgação de que o técnico publicava ataques às urnas em suas redes sociais.

“Baseado em ‘apuração da imprensa’ e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro, o TSE ‘descredenciou’ o militar. Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD nos trabalhos julgados pertinentes”, diz trecho do comunicado.

O Exército, na nota, argumentou que no trabalho dos militares no TSE não tem “interferência de posições pessoais” e que a tarefa é realizada de “forma profissional e isenta.”. A Força ainda destacou que o coronel Ricardo Sant’Anna foi selecionado para atuar na comissão por suas “inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional.”

A Força confirmou que no final de semana, ao tomar conhecimento da publicação do coronel nas redes sociais, buscou apurar os fatos. “O Exército tem consciência de suas atribuições e da isenta competência técnica, da dedicação e do comprometimento de seus profissionais”, diz a nota.

Segundo o jornal O Globo a decisão de não indicar um substituto foi tomada em reuniões com o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. Militares afirmam que a decisão de não indicar um substituto foi para marcar uma posição contra a decisão de Fachin, considerada “intempestiva.” Oficiais. porém, dizem que a medida não significa que o Exército apoie as publicações do coronel.

Segundo a matéria do portal Metrópoles, um vídeo compartilhado pelo coronel compara o exercício do voto à compra de um bilhete de loteria. No esquete, um homem pede o comprovante impresso do seu jogo na loteria e se revolta ao ouvir do funcionário que ele precisa “confiar no sistema”.

O coronel Ricardo Sant’Anna também publicou posts colocando em dúvida os resultados das pesquisas eleitorais e fazendo campanha escancarada contra adversários de Bolsonaro. “Votar no PT é exercer o direito de ser idiota”, dizia um dos cards reproduzidos pelo coronel. Ao comentar um texto no qual a presidenciável Simone Tebet, do MDB, defendia que mulheres devem votar em mulheres, ele escreveu nos comentários: “Vaca vota em vaca”.

De acordo com oficiais, Ricardo Sant’Anna deve ser alvo de um processo disciplinar, no qual o militar poderá fazer sua defesa. Em julho de 2021, uma portaria do Exército regulou a presença de militares nas redes sociais. A proposta era evitar o excesso de oficiais e a vinculação de opiniões pessoais à Instituição.

No TSE, a decisão do Exército de não designar um novo técnico não foi vista como potencialmente prejudicial para a continuidade das atividades, uma vez que elas se encerram nesta sexta-feira, dia 12. (Jussara Soares e Mariana Muniz/O Globo — Brasília).

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