Um dos principais lançamentos do cinema no ano, “Oppenheimer” é uma cinebiografia do sobre o pai da bomba atômica. O filme de Christopher Nolan mostra como se deu o desenvolvimento da arma de destruição em massa lançada sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, que deixou mais de 200 mil mortos. Um simulador disponível no site NuclearSecrecy calcula qual seria o estrago de uma explosão semelhante em qualquer lugar do mundo. O jornal O Globo fez o teste para verificar qual seria o impacto nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

Nas três projeções foram usadas bombas de 20 kilotons – justamente as mais poderosas criadas pela equipe do físico Robert Oppenheimer – lançadas de uma altura de 200 metros.
Na capital fluminense, o impacto da arma nuclear foi simulado na Cinelândia, no centro histórico da cidade. A ferramenta calcula que 20.160 pessoas morreriam. Outras 9.220 ficariam feridas.
Após atingir o solo, a bomba provocaria uma bola de fogo com raio de 263 metros. Isso significa que tudo o que está neste perímetro seria automaticamente “vaporizado”. Prédios históricos como o Teatro Municipal do Rio, o Palácio Pedro Ernesto – onde funciona a Câmara do Rio – e a Biblioteca Nacional viriam abaixo.

Em São Paulo, o simulador epicentro da explosão foi colocado sobre a Avenida Paulista. Como se trata de uma área com grande densidade de pessoas – e o aplicativo leva esses dados em conta – o número de mortes seria maior do que no Rio. De acordo com a ferramenta, a explosão resultaria em 67.850 mortes e ainda 50.630 feridos.
A arma nuclear ainda destruiria completamente os arranha-céus da Avenida Paulista e o prédio do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a bomba atômica levaria apenas alguns segundos para transformar o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Itamaraty em pó. Ao todo, seriam 37.350 mortos na capital federal. E outros 65.040 feridos.

A simulação leva em conta uma série de variáveis, como a densidade populacional do local escolhido, as condições climáticas, a altura da explosão, as edificações existentes na região – como a presença de hospitais e quartéis de bombeiros — e o relevo do terreno.
Jornal O Globo — Rio de Janeiro