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sexta-feira, dezembro 12, 2025

Tucanos alvoroçados com operação do Gaeco

Homem forte de Geraldo Resende, o subchefe da Casa Civil do governo do estado Flávio Brito é um dos alvos do Gaeco na operação deflagrada nesta quarta-feira

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Nada como um dia após o outro, com uma noite no meio… A base desse velho dito popular serve para que o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) não perca tempo em se explicar sobre as operações de ontem do Gaeco (muita gente achava que o grupo andava meio adormecido), que deixaram não apenas ele, mas todo o tucanato estadual alvoroçado. Isto porque a depender do desenrolar das investigações o escândalo pode refletir nas negociações para a sucessão do prefeito Alan Guedes, em Dourados. E não apenas por sua condição, ainda, como um dos pré-candidatos, mas para que isso não desconstrua seu consolidada trajetória de conquistas, um prejuízo inimaginável para Dourados, já que, inegavelmente, Geraldo Resende é, historicamente, o campeão em liberação de recursos de emendas parlamentares para a cidade para toda a região.   

É que um dos envolvidos nas denúncias de corrupção é ninguém mais ninguém menos que Flávio Brito, como se diz no jargão da política tido, até pouco tempo, como o “sombra” de Geraldo Resende. Tanto que foi Brito quem assumiu a secretaria de saúde do estado ano passado, quando Resende precisou se desincompatibilizar para se recandidatar a deputado federal. Como recompensa por tanto “sacrifício” o fiel escudeiro ganhou uma das subchefias da Casa Civil do governo Eduardo Riedel.

Flávio Brito é figurinha carimbada na política estadual, sempre como coadjuvante. Veio para o ainda Mato Grosso por indicação do lendário senador Rachid Saldanha Dérzi, representando a antiga COBAL (Companhia Brasileira de Alimentos). Nessa condição teve atuação destacada na primeira eleição para o governo do estado, como parceiro da então poderosa primeira-dama Maria Aparecida Pedrossian, no programa PANELÃO. Foi quando começou a se enfronhar na política douradense, na primeira campanha de prefeito de Antônio Braz Melo, em 1982. Sempre na ponte-aérea Campo Grande-Brasília, Brito acabou conhecendo Geraldo Resende, de quem se tornou amigo e principal assessor, acompanhando o parlamentar não apenas no Congresso, mas também na secretaria de saúde e em sinecuras em outras instâncias dos governos estadual e federal, aí incluindo uma passagem pela FUNASA.

As explicações que o deputado Geraldo Resende deve a seu eleitorado são urgentes, até porque nem todos sabem do recente rompimento de relações entre ele e Flávio Brito. E, mais importante, o porquê desse rompimento, talvez estando aí o álibi que pode salvaguardar os interesses políticos do parlamentar. E precisa ser rápido no gatilho como foi o governador Eduardo Riedel, ao exonerar, de imediato, Flávio Brito e demais integrantes do esquema criminoso. Até porque, por mais companheiro que seja, Geraldo não pode jogar para debaixo do tapete os malfeitos do ex-assessor, dividindo, por exemplo, com outras figuras proeminentes do tucanato estadual, o ônus pelo apadrinhamento de Brito não apenas como seu substituto na Saúde, ano passado, como agora, na Casa Civil.

Explicações que urgem, desde que Geraldo Resende nutra ainda algum sonho não apenas como candidato a prefeito de Dourados, mas como a panacéia que acredita ser para a cidade onde começou a vida como engraxate e picolezeiro, como gosta sempre de relembrar em suas campanhas eleitorais. Até porque, a operação de ontem do Gaeco não se limita à roubalheira na secretaria de Saúde (por ele comandada nos governos Zeca do PT e Reinaldo Azambuja), mas mirando também algumas prefeituras, como as de Maracaju e de Itaporã, ambas sob forte influência do tucano-mor Reinaldo Azambuja, e de outro pretendente à cadeira de Alan Guedes, o decano deputado Zé Teixeira, também tucano.  

O que Geraldo não pode é repetir o famoso “não sei de nada” de Lula durante o mensalão, ou, voltando um pouco no tempo, o repetido e lacônico “nada a declarar” do ministro da Justiça Armando Falcão, nos tempos da ditadura. Ontem, no calor do flagrante, o parlamentar tentou defender seu assessor Tiago Mishima, um dos presos na operação do Gaeco, dizendo não saber de nada que desabonasse sua conduta. Que venha uma explicação mais convincente em relação a Flávio Brito.  

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