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quinta-feira, maio 2, 2024

A reviravolta na sucessão de Alan Guedes, provocada pela revoada no ninho tucano

Desentendimento no PSDB de Dourados está sendo provocado pela rejeição ao nome do radialista Marçal Filho

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A confusão no ninho tucano por conta da tentativa da cúpula estadual de enfiar o nome do radialista Marçal Filho goela abaixo de próceres locais caminha para desembocar no mesmo fosso que fez surgir o maior fenômeno eleitoral (Ari Artuzi) de Dourados, o que fatalmente levaria os seguidores do coronel Azambuja à terceira derrota consecutiva para a prefeitura da terra de seu Marcelino. Daí, o surgimento de um novo Artuzi, só que um “animal” com os pelos não tão curtos como os que o ex-governador André Puccinelli dizia ter o caminhoneiro de mãos calejadas que, de herdeiro dos votos de um tio vereador, foi, de forma meteórica, do Jaguaribe ao Guaicurus, onde, num passe de mágica, já no segundo mandato, elegendo-se o deputado mais votado da história. Da Assembleia Legislativa para a prefeitura foi mais fácil que tomar doce de criança, e isso contra a dita máquina do governo do estado, derrotando ninguém menos que o todo poderoso empresário, até ali deputado estadual, federal e vice-governador Murilo Zauith.

Foi antevendo esse “perigo” que um grupo de empreendedores, gente com muita bala na agulha – não por coincidência a ala mais forte do bolsonarismo na região e com o aval de lideranças nacionais ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro – resolveu “intervir” no processo sucessório municipal. Ah, gente da cozinha do governador Eduardo Riedel e por quem seu chefe político, o coronel Azambuja, põe a mão no fogo. Gente do agronegócio, a mola propulsora do desenvolvimento regional, encabeçando uma chapa que pode ter como coadjuvante um empresário sempre cobiçado por todos os partidos como cabeça de chapa, que agora, aposentado de suas atividades na iniciativa privada, onde deixou a marca de sua competência e idoneidade, estaria disposto a emprestar seu nome para reforçar o projeto por esse grupo tido como imbatível. Isto pensado a partir da análise das mais recentes pesquisas e do percentual necessário para se eleger prefeito, tendo como parâmetro o potencial de votos bolsonaristas e os números da eleição de Alan Guedes.

É pegar ou largar. Ou correr o risco de um terceiro fiasco nas urnas. Com esta argumentação esse grupo vai mandar um emissário a Riedel e Azambuja nos próximos dias. Não, o “novo Artuzi” não é um outsider da política. Pelo contrário, já é estereotipado, testado e aprovado nas urnas. Ficha limpa! Uma liderança incontestável no meio do agro, podendo e devendo até se beneficiar da propaganda global que prega que o agro é top. Não só por isso, aliás. Suas ligações com o que há de mais poderoso no mundo dos negócios no estado e no Brasil são umbilicais.

Uma vez comprada a ideia pelo alto tucanato estadual seria o caso de se adaptar o dito popular de se matar dois coelhos com uma paulada só ao de que Azambuja e Riedel estariam matando um monte de tucanos insubordinados com uma “arturziada” só. Sim, porque o nome a ser submetido a apreciação de ambos tem lá seus “predicados artuzianos” no que se refere à facilidade de se transformar, também, num mito. Leva jeito para a coisa e tem até sua marca própria, fácil, muito fácil de vender. Inconfundível, por onde passa. E o que mais um candidato precisa, tem visão do macro do que Dourados precisa e disposição para a coisa. Tem gogó, fala grosso. Muito grosso. Com isso, Azambuja fica bem com o compadre Zé Teixeira, com a afilhada Lia Nogueira, economiza não precisando comprar do passe milionário de Marçal Filho e se livra de vez do insubordinado Geraldo Resende. E Riedel, numa saia justa danada pela dívida política que tem com Alan Guedes, tendo a oportunidade – e a desculpa – de quitar uma dívida que lhe é mais cara, porque graças a ela ganhou visibilidade para entrar na política.

Antes que me acusem de propaganda enganosa e por mau jornalismo, logo eu que vivo cobrando aqui aquelas perguntinhas básicas para repórter iniciante (Quem, quando, como, onde e por que?), este texto foi inspirado numa situação idêntica à da formatação da campanha de prefeito de Ari Artuzi. Convidado, também por um grupo de políticos e empresários, entre os quais Celso Dal Lago e Braz Melo para tentar conter os ímpetos de Artuzi, dei apenas o pontapé inicial, até porque o que eles me pediam era impossível, por se tratar de um político incorrigível, abusando de sua condição, já, de fenômeno eleitoral. Era um produto pronto, faltando apenas uma lapidada do marketing e nem isso ele permitiu. Agora, até me senti sondado novamente, mas peremptoriamente declinando, já que meu compromisso com os leitores é apenas o de responder à primeira questão aí da indigitada cartilha dos novatos do jornalismo. É só uma questão de tempo. Antes do prazo acordado não adianto nada nem sob tortura. Afinal, jornalista que não preserva fonte não é jornalista. Façam suas apostas.

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