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sexta-feira, outubro 18, 2024

A encruzilhada eleitoral do vereador Maurício Lemes Soares

Vereador da base aliada de Alan Guedes busca a reeleição pelo PSB, que estará com Marçal Filho, e ainda tem o pai como pré-candidato a prefeito

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Na busca de seu quarto mandato, o vereador Maurício Lemes Soares está vivendo uma situação das mais inusitadas nessas eleições, com alguns analistas achando que por isso deve ser um dos mais votados, outros avaliando os riscos de uma encrenca que não foi criada por ele. Até aqui vice-líder de Alan Guedes na Câmara Municipal, ele está filiado há 13 anos no PSB, que deve apoiar o radialista Marçal Filho, o candidato do deputado Zé Teixeira e principal adversário do prefeito. Não bastasse seu pai, o ex-presidente da Câmara Archimedes Ferrinho Lemes Soares, também ser pré-candidato a prefeito.

Para ajudar o vereador nesse shakespeareano drama do “ser ou não ser – Alan, Marçal ou Ferrinho – eis a questão!”, o fato dele ser professor de história, conhecedor das consequências de tragédias como a hamletiana cujo fim é uma série de eventos com mortes que culminam com a queda da família real dinamarquesa. Para desviar de uma trama como a de William Shakespeare, certamente que na terra de seu Marcelino Maurício Lemes deve invocar seus dons como profundo conhecedor do Evangelho, baseando sua campanha noutro conceito, bem mais antigo, mas tão profundo como o do  famoso dramaturgo inglês, o “só sei que nada sei”, de Sócrates, até por ser o filósofo grego o precursor do Cristianismo.

Filosofia à parte, a situação de Maurício Lemes Soares é das mais complexas. Primeiro, porque terá que manter a coerência pessoal e a ética, já que é considerado um dos vereadores mais “certinhos” do Jaguaribe. Para isso, vai precisar de uma comunicação muito clara com seu eleitorado, colocando as razões por trás de suas decisões, já que o eleitor exige transparência.

Como seu mandato tem um foco, terá que destacar seu histórico de realizações, como a defesa dos animais e dos idosos, além do bê-á-bá de todo bom vereador, lições que tem de berço, já que além do pai, Archimedes, também o avô, Renato Lemes Soares, foi presidente da Câmara Municipal. Para isso terá que manter um diálogo estreito com as lideranças do PSB, partido mais à esquerda no espectro político que os do palanque de Marçal Filho, posicionando-se de forma a não perder o ideal partidário muito menos as conquistas de seus mandatos.

Para isso Maurício Lemes terá que lançar mão de tudo que aprendeu com o pai e o avô, mestres nas artes da temperança e do diálogo, para ter uma postura minimamente neutra em relação à disputa entre Alan Guedes e Marçal Filho, concentrando-se em sua campanha e em seus eleitores, deixando claro que apesar das contingências partidárias seu trabalho não sofrerá solução de continuidade no legislativo, independe do resultado das urnas. E assim, com um permanente monitoramento do clima político, diante do vislumbre de uma campanha “sangrenta”.

Isto porque, mesmo em seus estertores, o coronelismo ainda impera na política do Mato Grosso do Sul. Excepcionalmente em Dourados, onde os mesmos adversários de quatro anos atrás, de Alan Guedes, ressurgem com as facas nos dentes, para o que consideram uma questão de vida ou morte. Daí, à expectativa de mudanças no cenário a partir da definição das convenções partidárias, com todas as cartas na mesa, quando aos poucos as estratégias vão se ajustando. No caso específico de Maurício Lemes Soares, essa flexibilidade pode ser crucial em um ambiente político tão volátil como é, sempre, o das eleições municipais em Dourados.

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