Faço poemas que ninguém lê
Tenho dores que ninguém sente
Vejo coisas que ninguém vê
Rascunho rimas pobres
na febre delirante de escrever
Lembrei de você meu amor
Da doçura do seu olhar
Dos beijos que dá em mim
Hoje eu vi um beija-flor
Flanando no meu jardim
Sugando o néctar da flor
Numa simplicidade sem fim
E desenhei uns versos
Para matar esta fome
de você que arde assim
E tudo virou um redemoinho
De certezas incertas
Das novas descobertas
Do incognoscível, da loucura,
E tudo se mistura na ternura
De um silêncio ruidoso e
do seu cheiro de alecrim
Gicelma Chacarosqui – Pós-doc pelo ECCO, UFMT, Doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP; Mestrado em Estudos Literários pela e graduação em Licenciatura em Letras Português Literatura Brasileira pela UFMS (1992). É professora adjunta da UFGD.